O céu está coberto por nuvens pesadas, a chuva de fim de tarde ameaçando a cair, como se o próprio mundo sussurrasse para que eu não saísse. Mas não consigo mais ficar parada. Cada batida do meu coração ecoa a ausência de Hiran, uma ausência que aperta o peito com garras invisíveis.
Sentada em um canto escondido do refeitório, mordi o lábio com força, sentindo a ansiedade fervilhar em meu sangue. Eles disseram para esperar. Disseram que é perigoso. Que deveria confiar. Mas como confiar quando a única pessoa que já me protegeu estava lá fora, talvez ferido, talvez... Balanço a cabeça, recusando-me a terminar aquele pensamento.
— Eu não posso ficar aqui — sussurro para mim mesma, a voz trêmula. — Preciso fazer alguma coisa.
O medo serpenteia em minha mente, sibilando todas as formas em que poderia falhar, em que poderia ser capturada, em que poderia atrapalhar mais do que ajudar. Abraço os joelhos e fecho os olhos com força.
"Sou só uma humana" penso, sentindo-me pequena, fraca. Mas en