Melissa sentiu o corpo reagir antes da mente. Quando ele puxou seu braço, o susto a fez vacilar — mas ela não resistiu. Não por medo. Não por fragilidade. Mas porque, naquele instante, havia algo tão intenso, tão ferido nos olhos dele que a impediu de dar um passo atrás.
— David… espere. Onde estamos indo? — ela insistiu, ainda tentando controlar a respiração acelerada.
— Só vem comigo. — A voz dele estava baixa, tensa, embargada.
E, por algum motivo que ela não conseguia explicar nem para si mesma, Melissa foi.
Deixou que ele a conduzisse pelo corredor, descendo os degraus apressados até o estacionamento. O ar da garagem estava frio, cortante, preenchido pelo eco das próprias dúvidas.
David abriu a porta do carro para ela, o que contrastava com a urgência de segundos atrás — mas não explicou nada. Melissa entrou, ainda confusa, sem saber se devolvia o silêncio ou se o enfrentava.
Quando ele deu partida, o carro avançou pelas ruas com uma pressa que não era imprudência, mas inquietaçã