Melissa, de repente, sentiu raiva. Como um adulto podia correr pela casa como um adolescente? Respirou fundo e preferiu não comentar. Afinal, estava em uma casa estranha.
— Tudo bem — disse apenas.
O estranho desapareceu por uma das várias portas da sala.
Sem perceber, Melissa se viu seguindo-o. Depois de passar por vários aposentos, finalmente chegou a um belo jardim. Olhou em volta: havia trilhos entre as plantas ornamentais. Tudo era tão lindo que ela teve dificuldade em escolher um caminho. Por fim, seguiu por um deles. Já havia perdido de vista o estranho que acompanhava. Logo mais adiante, avistou a mais linda piscina que já tinha visto. Era grande, curva, com uma pequena ilha no centro. Melissa ficou admirando o local como se fosse a oitava maravilha do mundo. Parecia a primeira vez que a via — pelo menos daquele ângulo, realmente parecia.
De repente, surgiu o belo estranho, nadando com braçadas vigorosas. Uau! Melissa se aproximou, mas ficou a uma distância segura, observando com interesse aquela atividade. Ele era realmente impressionante: quase um metro e noventa, músculos que denunciavam intenso uso de academia, cabelos levemente crescidos, cujas mechas molhadas caíam sobre a testa, obrigando-o a afastá-las a cada pausa na natação.
Quem seria aquele homem? Melissa se perguntava. Seria algum amigo de Daniel? Afinal, ele estava hospedado naquela casa e descia as escadas apenas... apenas de sunga. Só de lembrar do corpo tão próximo, a respiração dela se cortava. Ela se perdeu no tempo e nos pensamentos e, quando percebeu, não havia mais ninguém na piscina. Olhou em volta para ver se ele ia em alguma direção, mas não avistou nada. Encostou-se a uma parede próxima e começou a divagar.
De repente, alguém segurou seu braço. Ela soltou um grito.
— Acalme-se — disse o estranho, com um meio sorriso torto.
— Me desculpe, eu estava distraída — tentou se justificar. — Eu estava... estava... — O que deveria dizer?
— Me espiando? — ele completou, cheio de deboche.
— Não — ela respondeu apressadamente. — Estava dando uma volta pelo jardim.
Ele olhou em direção à piscina para confirmar a visão que ela tivera e voltou a sorrir, deixando claro que sabia que ela tentava negar a situação. Melissa achou que ia desmaiar. Primeiro, pela vergonha de ter sido pega observando um homem; segundo, pelo sorriso perfeito dele, que a desconcertava totalmente. Ela acabou sorrindo nervosamente, sem argumentos.
Ele se aproximou, apoiou a mão na parede e ficou de frente para ela. Desta vez, trazia uma toalha à cintura, o que amenizou a tensão para Melissa.
— Gostou do que viu? — perguntou cinicamente, com o intuito de deixá-la ainda mais desconcertada.
A voz dela não saía. Apenas sentia o cheiro dele tão próximo que a inebriava. Suas pernas começaram a tremer e o hálito dele, tão delicioso, a intoxicava. Melissa fechou os olhos, esperando sentir seus lábios nos seus. Esperou um tempo, mas ele não a tocou. Quando abriu os olhos, ele continuava próximo, observando-a com o mesmo sorriso irônico de antes. Melissa sentiu-se envergonhada. Estava se oferecendo a um homem que nem sequer tinha intenção de beijá-la, que só queria se divertir às suas custas. Droga! De repente, quis sair dali urgentemente. Tentou se afastar, mas ele a prendeu contra a parede.
— Me solte! — começou a se debater.
— O que foi? Desistiu tão rápido?
— Eu não desisti de nada. Eu acho que... tenho que ir.
D
De repente, a boca dele colou na sua e seu corpo inteiro estremeceu. Um arrepio percorreu sua espinha, e Melissa sentiu um calor que nunca experimentara antes. Cada toque, cada movimento de seus lábios parecia acender algo dentro dela, uma chama que ela não conseguia controlar. O beijo se aprofundou, lento e urgente ao mesmo tempo, e ela correspondeu com volúpia, sentindo o sabor dele invadir todos os seus sentidos. Ele sabia exatamente como beijar uma mulher, como fazê-la perder o fôlego, enlouquecê-la de desejo.
Melissa sentiu as mãos dele deslizando pelo seu corpo, tocando suas costas, passando pelos braços, guiando-a, provocando cada reação sua. Ela queria mais, queria sentir cada músculo dele junto ao seu, queria ser consumida por aquele prazer inesperado e intenso. Quando ele enfiou a mão por baixo de sua saia, levantando-a e tocando suas nádegas, um choque percorreu seu corpo, misturando desejo e surpresa. Por um instante, esqueceu onde estava, perdida naquele instante de intimidade proibida. Então a realidade voltou: estava no jardim da casa da família de Daniel, e ele ainda estava dentro de casa. Num impulso, afastou-o, tentando recuperar o controle que já havia escapado.
— O que foi? — perguntou o homem, com a petulância que a irritou.