Capítulo 4

Depois de terem passado alguns meses, já próximo à virada do ano de 2019 para o ano de 2020, foram noticiados alguns casos, isolados no mundo, a respeito da descoberta de um novo vírus, o qual depois de alguns estudos foi possível verificar que ele apresentou um potencial pandêmico, o que estava gerando grande preocupação ao redor do mundo.

Devido à velocidade de contágio entre as pessoas, vários países foram levados a tomar difíceis decisões, o que poderia afetar significativamente a economia, mas que eram medidas necessárias para conter o avanço do novo vírus.

A Ana Paula, quando assistia a essas notícias, se via tomada pelo medo, pois muitos telejornais alertavam a evidência, com base nos estudos científicos sobre a existência de pessoas que compunham um grupo de risco, o que preocupou muito Ana Paula, pois ela tem os seus pais que se encontram já na fase idosa. E se eles contraíssem esse novo vírus, poderiam ficar com a saúde muito abalada, isso assumindo que eles sobrevivessem ao temido vírus.

Além da preocupação com os seus pais, Ana Paula também sentia um pouco de aflição pela saúde de seus amigos, principalmente com relação a Mel, a qual tinha mania de passar as mãos pelo rosto frequentemente, o que já não era mais permitido, segundo os órgãos mundiais de saúde, devido à doença COVID-19 relacionada ao novo corona vírus. Então em um momento de grande ansiedade, Ana Paula enviou uma mensagem para Mel, através do aplicativo de mensagens instantâneas, dizendo:

– Amiga, tome muito cuidado com esse novo vírus! Evite passar as mãos pelo rosto, não toque os olhos, nem nariz nem a boca. Higienize as mãos sempre que possível com álcool em gel, além de lavar as mãos frequentemente, com água e sabão.

Nesse momento, Mel ouviu um som de notificação que havia sido emitido pelo seu celular, e quando ela o olhou, viu que era uma mensagem e que tinha sido enviada pela sua amiga Ana Paula. E imediatamente respondeu:

– Oi, amiga! Estou sabendo desse vírus que está assustando o mundo e ceifando muitas vidas. Pode deixar que vou me cuidar aqui. Mesmo mantendo a distância social, vamos sempre cuidar uma da outra.

– Exatamente. Vamos nos cuidar sempre! Como estão os seus pais? E como tem sido os seus dias? Está trabalhando na modalidade presencial? Ou está online? O meu trabalho está em fase de adaptação para ficarmos completamente online até o fim da pandemia.

– Os meus pais estão bem. Farei de tudo para protegê-los. E o meu trabalho também está sendo feito pela modalidade remota. Não tenho ido trabalhar já tem um tempo. Morro de medo de pegar esse vírus.

– Então fique em casa o máximo de tempo que puder.

– Sim. Você também. Vamos nos proteger e proteger quem amamos. Beijos.

Depois dessa rápida troca de mensagens e muitas informações em tão pouco tempo, Mel percebeu a imensa importância da tecnologia. Mesmo que já soubesse, nunca tinha realmente vivenciado o avanço do mundo digital, pois nunca tinha usado um celular que oferecesse tanto suporte como esse atual que ela havia adquirido há alguns meses. E graças a ele, Mel pôde perceber a importância de poder manter contato com as pessoas por mensagens, o que era muito mais rápido e prático do que fazer ligações. Ainda mais em um tempo onde ambas estavam vivendo um período de isolamento social, o celular se tornou muito mais importante. Praticamente um parceiro para todas as horas, pois tudo podia ser feito por ele.  Ou quase tudo. – Pensou Mel no momento em que se deu conta de que não se podia namorar através de celular. Até podia por mensagens, mas não seria a mesma coisa. Então rapidamente deixou essa ideia escapar de sua mente e foi se distrair ligando a televisão.

Em uma segunda-feira à noite, após assistir ao filme Busca Implacável que estava sendo exibido no programa de filmes Tela Quente, da TV Globo, Mel decidiu escovar os dentes e ir dormir. E pensou que em tempos normais, ela não se lembra de ter parado para assistir a um filme em dia de semana, principalmente em uma segunda-feira. Mas Mel, sendo como sempre muito responsável, tanto com a sua saúde quanto com a saúde de todos ao seu redor, estava bastante preocupada. Pois no dia seguinte, na terça-feira, ela teria que ir ao banco resolver um problema e estava pensando se iria encontrar muitas pessoas na agência, pois não queria e não podia ficar em locais que tivesse aglomeração de pessoas.

Então ela foi dormir cedo para no dia seguinte, ela conseguir acordar mais cedo, pois pensava que quanto mais cedo chegasse ao banco, mais vazio ele estaria e ela não se submeteria à uma situação de aglomeração. Por isso, ela levantou rapidamente por volta de oito horas da manhã, tomou o seu café, em seguida tomou o seu banho, pegou toda a documentação necessária, a fim de resolver o problema, e se dirigiu à agência bancária mais próxima de sua casa.

Quando Mel saiu de casa, caminhou por toda a sua rua e chegou à avenida principal, mais especificamente, no ponto a fim de esperar o ônibus que a levaria até a agência bancária. Devido à falta de costume, Mel, ao entrar no ônibus, tocou na roleta, empurrando-a para facilitar a sua passagem. Mas em seguida tocou o próprio nariz, pois devido a sua rinite, ela tinha frequentes coceiras que a faziam espirrar e em seguida, tocar o rosto. No mesmo instante em que ela tocou o rosto, ela ficou tensa, com medo de ter contraído a doença, mas infelizmente já era tarde demais. E nessa época, as pessoas ainda não usavam máscaras, nem álcool em gel.

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