Sebastian Mardowhisky

Logo que entramos no seu apartamento, as luzes estavam apagadas e assim continuaram, pois puxei Amanda pela mão e a prendi entre mim e a parede e a beijei faminto, ela logo correspondeu e agarrou meu cabelo e então a levantei do chão e ela prendeu minha cintura com sua pernas torneadas e então se afastou e disse com seus olhos tomados por desejo.

 Ela murmura com um sorriso travesso e mordeu o lábio inferior numa provocação e cerrando os olhos, eu perguntei num tom sério. 

Me aproximei dela e peguei seu queixo com uma mão, e a outra mão, passei firme por sua cintura e a puxei contra mim, Amanda arregalou os olhos e respondeu.

 — Eu estava distraído, desculpe  —  

Cocei a testa tentando me recompor e me acomodei na minha cadeira e cruzei meus dedos em cima da mesa e perguntei.

—  Precisa de algo, Dona Clarisse?  —  

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Ela confirmou com a cabeça e murmurou se aproximando da mesa. 

—  Gostaria de conversar com o senhor pois, como sabe quando me contratou, estava prestes a me aposentar, e por isso irei sair da empresa, mas eu tenho minha neta que é uma ótima pessoa, além de ser uma excelente profissional.  —  

Franzindo a testa, me deparo com a seguinte situação, eu perdi meu foco total do trabalho, os dias estão passando e eu estou me arrastando, não tenho nenhum currículo para possíveis contratações e se não fosse por Dona Clarisse, eu iria ficar sem recepcionista.

—  Segunda-feira traga sua neta para conversar comigo.  — 

 Murmurei olhando diretamente para a senhora que estava à minha frente, e confirmando com um gesto, a mulher agradece e sai andando, e de repente, parou abruptamente e disse.

—  Uma última coisa, menino  —  

 Ela me olhou e esboçou um sorriso doce, foi um sorriso tão doce que me fez lembrar da minha mãe e então ela diz. 

—  A dor que está sentindo, vai passar, mas não deixe a vida escapar por entre seus dedos, se precisar, vá atrás da moça.  —  

Engoli em seco e confirmei com um gesto e pensei chocado “ninguém está sabendo o que houve comigo” e então perguntei.

—  Está tão ruim assim?  —  

Ela negou com a cabeça e respondeu.

—  Um homem quando sofre, ele não consegue esconder. Então não esqueça, cuide-se em primeiro lugar, e se for para ser, ela irá voltar.  —  

Confirmei com um gesto e ela saiu andando sem esperar resposta e eu me encostei no encosto da cadeira e respirei fundo tentando fazer minha mente entender as palavras daquela senhora e assim, levantei disposto a ir para casa.

Logo que cheguei em casa, fui direto para meu quarto tomar um banho, no momento em que comecei a me despir, meu celular notificou uma nova mensagem, peguei o celular do bolso da calça que estava prestes a retirar e vi que era Leticia novamente.

Apesar de linda, a garota era muito insistente, saímos 3 vezes e transamos apenas 1 e mesmo assim, ela insiste em ficar comigo. Não sou o tipo de homem que dá esperanças para conseguir dormir com uma mulher, eu sempre fui muito específico. Sem sentimentos, apenas casual e nada mais. Todas elas sabiam, inclusive Letícia, no entanto, ela apareceu aqui na noite em que Amanda recusou o meu pedido, ela estava esperando na porta do meu apartamento, lembro-me que não queria descontar toda a minha frustração em ninguém, e então não a impedi de entrar na minha casa e me direcionei direto ao meu quarto e tranquei a porta para deixá-la ciente de que não me agrado da sua presença aqui, imaginando que a garota iria embora ao se dar conta de que está sendo ignorada e como pensei, depois de quase 30 minutos tomando um banho lentamente, voltei a sala e não havia ninguém mais.

Dessa vez, meu celular começou a tocar, era Leticia ligando então deixei a chamada cair na caixa postal e baixei calça e cueca juntos e deixei as peças espalhadas no chão e fui direto para o banheiro, me sentindo exausto psicologicamente.

A água quente descia pelo meu corpo de um jeito tão reconfortante que parecia levar meus problemas pelo ralo momentaneamente, minha mente voltou às lembranças do meu último encontro com Amanda.

 O momento em que a fiz cavalgar em mim na poltrona do seu quarto, seus cabelos estavam soltos de um jeito selvagem, parecia que ela estava se auto conhecendo naquele momento, seus olhos brilhavam me convidando a ir além, em seus lábios carnudos havia um sorriso safado e ela sentava com maestria, quase me levando a loucura.

Engoli o bolo que se formou na minha garganta e voltei a consciência, sentindo um nó no estômago, ciente de que o que sinto por ela, é muito mais do que uma simples atração, vai muito além da paixão. Eu a adoro. Eu a admiro, por ser uma mulher tão incrível, doce, forte e perfeita para mim.

Desliguei a água, enrolei uma toalha em volta do quadril e voltei até o quarto, peguei uma cueca boxer preta e a vesti, peguei as roupas espalhadas no chão junto com a toalha e as levei até o cesto de roupa sujas e voltei até o quarto e me joguei na cama, peguei meu celular e ativei o bluetooth da Tv com minha playlist e deixei tocar um som ambiente na tentativa de me fazer relaxar um pouco e assim dormir até as 20:30, pois ainda pretendo sair com meus amigos, mesmo com o coração em pedaços, ainda quero tentar viver, e se Amanda não voltar para mim, ao menos estarei no caminho certo para me equilibrar novamente.