Pov's Annabelle.
Domingo Floresta. Richard me persegue pela floresta, falando inúmeros palavrões. Estamos no meio do matagal escuro, discutindo. — Volta para cabana e vai olhar a menina! – Você que é a mãe, você que tem que olhar. A responsabilidade é sua! — Até parece. Sou prensada na árvore e ele bufa igual um animal raivoso, querendo tem algum controle sob mim. — Você tá grávida!— Richard respira fundo.— Vamos voltar para casa.— pega em meu braço. — Eu não vou.— me debruço. — Annabelle, não testa a minha paciência!— ameaça, com a mão fechada em punho. — VAMOS VOLTAR PARA CASA, CARAMBA!— dá um grito, contra o meu rosto. — Você não é o meu DONO!— aos gritos, revindo de volta. Richard põe-me em seus braços, carregando-me a força. — O QUE ESTÁ FAZENDO?— esperneio.— Me coloque no chão! Por mais que eu faça um escândalo, não me dá ouvidos, simplesmente me leva até a cabana contra a minha vontade. Quando chegamos na porta, ele me solta, quando arrebento uma mordida em seu braço. — Annabelle, volta aqui caralho. Começo a correr, escapando. Saio sem direção, adentrando no matagal. Me escondo, ouvindo seus passos vindo atrás de mim. Eu não posso confiar nesse psicopata. Pego uma pedra, para acerta-ló. No entanto, desisto, quando escuto a vozinha da minha filha: — Mamãe, cadê você? — Aparece. A peste do cachorro também vem junto com eles, e percebo que o pulguento fica farejando pelo mato ao redor. — A Mel está cansada da brincadeira de esconde-e-esconde, Annabelle. Richard me provoca, querendo usá-la para fazer um joguinho sujo de manipulação. O intuito de ter a trazido, é justamente me atingir. — Mamãe, eu estou começando a ficar com medo, tá muito escuro. — Vai fazer a nossa nenézinha chorar, Annabelle?— escuto o tom rouco de deboche.— Cadê você baby, apareça. Que vontade eu estou de matar esse maldito! — Estou aqui.— abro os braços, e a minha menininha corre para mim. Seu abraço, me faz ergue-lá e enxergar em seu rostinho de anjo uma inocência. Ela deita a cabecinha em meu ombro, enquanto desprezo o outro no fundo. — Que tal irmos a cidade, fazer um passeio em família?— Richard sugere, na maior cara de pau. — Eu quelo. — Acho melhor não, filhinha.— nego, dando um beijo em sua bochecha gordinha.— Estou enjoada. Enjoada demais da presença de algumas pessoas.— mando a indireta. — Quer que eu carregue ela, Annabelle? — Não, meu bem, não precisa. Finjo normalidade e Richard (assim eu), agiamos como se nada tivesse acontecido. ************************************************* Cabana. Somos bem diferentes e acho que por sermos parecidos demais, entendemos demais um ao outro. Observo-o fumando na janela, enquanto cubro Melissa que agarrou no sono no sofá. Apago a luz, indo para cozinha. — Tá feliz com o escândalo que fez?— pergunto. — Está falando comigo? — Com quem mais seria, Richard.— olho fixamente para seu rosto cínico.— Você não manda em mim. — Pois é tem razão, eu não mando. É por isso que eu vou embora. — Embora? — Sim. — E você vai me deixar sozinha aqui? — subo o tom, quando o vejo confirmar com a cabeça.— Isso só pode ser uma piada de mal gosto! — Não é. Não quero viver ao lado de uma insana. — Olha quem fala.— debocho. — Você venceu, Annabelle.— ele diz... — Adeus. — Você não vai embora, Richard.— ponho-me no meio da porta.— Vamos conversar direitinho, podemos resolver tudo, a gente sempre se entende do nosso jeito. Por favor, não me deixa sozinha.— praticamente o imploro.