Os tomatinhos no prato estavam vermelhos de um jeito quase gritante, chamavam atenção demais.
A mão de Juliana, que segurava o garfo e a faca, congelou no ar. Um leve espanto surgiu em seu olhar.
— Como você sabe disso?
Alergia a tomate não era algo comum. As pessoas próximas sabiam, claro, e ela não achava estranho que soubessem.
Mas Benjamin…
Eles quase não tinham tido contato. Ainda era tudo muito distante, quase como dois desconhecidos.
Aquilo, no mínimo... Soava estranho.
Os três à mesa voltaram os olhos imediatamente para Benjamin.
E entre todos, o olhar de Bruno era, de longe, o mais frio. O mais carregado.
Benjamin, no entanto, permaneceu calmo. Seu rosto simpático, bem-apessoado, manteve o mesmo sorriso sereno.
— Eu vi uma vez, na festa de aniversário da universidade.
Com receio de que Juliana pensasse que ele era algum tipo de obcecado, Benjamin se apressou em explicar:
— Alergia a tomate não é algo que a gente vê todo dia... Você foi a primeira pessoa que conheci com isso. A