A floresta se fechava ao redor deles como um abraço profundo e escuro, onde cada som parecia amplificado e onde até mesmo o sussurro do vento parecia uma voz antiga e misteriosa. Yara e Tupã haviam caminhado por horas, guiados apenas pelo chamado de algo invisível, uma força espiritual que parecia pulsar nas raízes das árvores, nas sombras que dançavam entre os troncos. Sentiam-se estranhamente conectados, como se a floresta tivesse se tornado um só organismo, e eles, apenas parte dele.
O crepúsculo começava a se desfazer em sombras, e a escuridão da noite se aproximava. A densa bruma cobria o solo, transformando a floresta em uma visão de sonho ou pesadelo, onde a realidade e o espírito se fundiam.
— Sentes isso, Yara? — murmurou Tupã, com a voz baixa, quase reverente. — Parece que estamos próximos de algo maior, algo que se esconde entre o mundo que vemos e o que sentimos.
Yara assentiu, sem desviar o olhar das árvores em volta. Em seu íntimo, sentia o coração batendo em um ritmo qu