Violet.
Eu sabia que ele estava chateado. Damon nunca foi do tipo que esconde bem o que sente. O jeito como seus ombros estavam um pouco mais tensos, como evitou meu olhar ao abrir o armário para pegar uma caneca assim que voltou de sua corrida matinal… Tudo gritava que algo estava fora do lugar. E eu sabia exatamente o que era.
— Bom dia, querida — ele disse, a voz baixa, quase automática.
Tentei sorrir, mas saiu fraco. Observei enquanto ele enchia a caneca, sem a pressa habitual de quem sempre tomava o primeiro gole antes mesmo de o café parar de escaldar. Ele estava se segurando. Se afastando.
E doía.
Porque eu entendia. Desde aquela conversa em Vegas, algo entre nós mudou. Damon fez exatamente o que prometeu: me deu espaço, não pressionou, respeitou cada silêncio meu. Mas, ao fazer isso, ele também começou a erguer seus próprios muros. E eu não podia culpá-lo.
— Dormiu bem? — perguntei, quebrando o silêncio que se estendia entre nós.
Ele assentiu, virando-se para me encarar finalm