— Lavínia, em público! Que comportamento é esse? Desça agora!
Lavínia, que acabara de pular para o ombro largo de Murilo, ouviu uma voz familiar e fria vinda da porta do quarto.
Ela estava deitada sobre o ombro de Murilo, e, ao ouvir a voz, levantou os olhos na direção da porta...
Droga!
Tio!
Mas o chão estava gelado, e ela não queria descer.
Pietro brincou:
— Reginaldo, não seja tão severo, afinal, são todos da família, qual o problema?
Na verdade, Reginaldo não aprovava o relacionamento de Lavínia com Murilo, mas...
Ele não conseguia nem resolver seus próprios problemas, então não tinha energia para se preocupar com os dela.
Mas, ao flagrá-los, a situação era outra.
— Vou dizer mais uma vez: desça! — Reginaldo, com uma expressão fechada e os olhos estreitados, fez um aviso firme.
Lavínia, pela primeira vez, ousou responder ao tio:
— Não vou. Não estou de sapatos, meus pés estão frios. Se você me abraçar, eu desço.
A veia nas têmporas de Reginaldo pulsou.