Após voltar ao apartamento, Ângela tomou um banho e, em seguida, aplicou compressas de gelo no rosto, passando também uma pomada. Depois, foi para o quarto e se deitou.
Ela estava exausta, mas simplesmente não conseguia dormir.
Sabia que o cansaço não era físico, mas sim psicológico. Estava tão cansada, tão exausta, a ponto de não conseguir respirar direito. Se sentia sufocada, como se o peso do mundo estivesse sobre ela.
E aquela cama ainda estava impregnada com o leve cheiro de tabaco de Reginaldo. Não era um cheiro forte; pelo contrário, tinha um toque suave, quase agradável, mas naquele momento parecia uma faca invisível cravada em seu peito.
O que aconteceu naquele dia, embora tenha sido um mal-entendido, a deixara triste, assustada, com raiva e uma imensa necessidade de ter alguém em quem se apoiar. Mas não havia ninguém.
E além de não haver ninguém, ela ainda tinha que fingir ser forte.
Ela admitia que, às vezes, era dramática, mas sabia que não tinha o direito de ser assim. Por