Parte III

De preto e jaqueta rosa

Destrinchando o baseado e o bolando, ao acender, os primeiros tragos que dava, me fez lembrar dos últimos livros, que tinha lido, das últimas informação, do amor que latejava ferozmente em meus pensamentos, e a indecisão da escolha para o tema da monografia, tais pensamentos vieram aleatoriamente, quando me dirijo a uma lanchonete próxima, uma mulher que comprara refrigerante, saia com um sorriso estupendamente encantador, ao olhar em suas mãos, uma mistura de branquidão e rosidão, na mão esquerda continha uma aliança, com uma pedra de diamante, penso, como, como nunca tinha visto, dirijo meus olhares aos pés, e vejo a mesma mestiçagem de cores, “perfeito”, admiro seu corpo, e que lindo corpo, escultura divina em minha frente, nesse meio tempo ela  entrava e eu saindo, ao chegarmos na posição ombro a ombro, olho em seus olhos, ela me retribui tal olhar, o quadro que passava era divino se torna o idealismo romântico, que a poesia o longo de seu tempo tentou descrever, neste olhar que dávamos um ao outro, ela lança um sorriso que faz sua aura ser recoberta de roxo, e sobre o efeito da cannabis desvio meus olhos ao chão, fechando a cara, - Que mulher!, sento-me na bancada e olho seu corpo de outro ângulo, os das costa, vendo aquele traseiro em movimento ao andar, é quando meu celular toca, e lembro-me da menina que entregaria minha alma, Nancy.

-Nan, passo em sua casa agora, irei levar um lanche.

Enquanto o lanche era feito, senti uma sensação de regressão, um torpor espiritual, lembro da igreja que frequentava, e partes de fotografia me vem a mente, fotos que nunca fora batida, beijos de selinho, mão dadas, o sermão do pastor, os encontros no corredor da igreja, é quando abaixo a cabeça na bancada, e entro em letargia, me assombro com o cara da chapa batendo em meu ombro e penso –Nossa que viagem, lembro daquela mulher angelical entrando em um carro luxuoso e lembro-me dos flashback sem me dar conta abro a boca.

- Tenho que parar de tomar ácido

-  21,50

- Hã?

- o Lanche deu 21,50

- Ah sim. Retiro o dinheiro do bolso e pago pegando a sacola com a merenda.

“Penso logo existo”

A nóia, de ser apenas um ponto flutuante com conceitos, pensamentos, abstração, remoía por dentro ser apenas uma corrente de pensamento que se locomove e negando a existência física.

Esse Pensamento me consome até na rua da minha namorada, a ver na porta ela se levanta rispidamente, entre a distância, a pouca distância, sinto em seu campo vibratório, - está com raiva.

- Porra, Mateus, você voltou a fumar aquela porcaria, você tinha prometido que iria parar, de longe se percebe em seus passos lentos, você tem que mudar.

Ao abrir o lanche e entregar a ela, me lateja na cabeça, - porque. – por que? Esses desejos de mudanças de outrem em nossas pessoas.

- Sabe, Nan, tenho um tema para monografia.

- Ah, até que enfim, qual?

- Aspectos religiosos nos usos de narcóticos e seus impactos sociológicos ao esmero.

Ela da uma risada. – você está brincando. Diz em tom afirmativo.

- Não, falo sério.

Com um gesto de reprovação, balançando a cabeça não diz mais nada.

- Não, consegui passar no concurso, veja a lista e veja se conhece alguém.

Dou uma olhada desinteressado, e na primeira lista vejo um nome que contemplava minha infância.

Amélia.

O que faz ter uma sensação de extrema alegria, será que é a mesma?

“Menina, prometo casar com você.” Mas um flashback ocorrido, olho para Nan, dou-lhe um beijo de até mais, retorno para casa deito na cama e começo a pensar nessas imagens sem nexo que estava aparecendo na cabeça.

- Deus, será que estou louco.

...

Ao acordar a sensação de derrotado me consome sinto o inútil, o relógio marca 10:00 AM;

Começo a me debruçar nas leituras diárias, lendo a Apologia a Sócrates, como um homem pode corromper a juventude, negar a existência dos deuses? E ser condenado pelo estado e o cálice da bebida amargava em minha vivência não pela corrupção suposta ao homem, mas sim pela superioridade estatal de ter o direito sobre o corpo de determinado humano, seja em pena de morte, em vícios carnais, prisões, nos dizem para sermos patriotas, mas a pátria nos escarnece no delitos que cometemos, em razão as opiniões, os fatos, as provas, nisso peregrinamos, nas mesmice, do rotulo que nos impõe.

10:20 AM;

O celular toca.

- Mateus, ta rolando um chá aqui, apareça.

- Daqui vinte minutos apareço.

Borges morava a três quadra de casa, banho-me, rapidamente e como um pão no meio do caminho ao chegar na casa do dito cujo, pergunto.

- Jhow, você já teve flashback’s?

- Flashback’s, não nunca tive, está rolando contigo?

- Mais ou menos.

Sinto uma vibe parecida com o medo na hora do beck ser aceso, o que me faz frear e não fumar naquela momento.

- Tem certeza, que não quer, vai aí.

- Não, estou preocupado com uns lance aí!

- Cuidado, para não acabar tomando Haloperidol.

- Cara, posso acessar a net?

- Fique a vontade.

O nome da primeira pessoa da lista que tinha lido no dia anterior, foi o tema da pesquisa, é quando dois fatos se colidem, a mulher que tinha visto, existia uma imagem que referenciava a primeira pessoa do concurso, surreal.

- Amélia Oliveira, conheço, aliás, sei quem é sua família, você é amiguíssimo da prima dela, Danille. Fala Borges com olhar bisbilhoteiro.

- Ela é prima de Danille?

- É cara.

- Véi, vou ter que ir pra casa.

- Se cuida para controlar esses flash’s.

Como o universo conspira?

De cabeça baixa e chutando uma pedra no caminho forçava a mente a lembrar de algo, um furo, um branco em minha existência.

Quando começo a reler onde tinha parado não consigo me concentrar, e lembro pela segunda vez no dia que era sábado, não teria aula na faculdade.

O Telefone toca, era Danille.

- Mateus, ta afim de tomar umas?

- Não, estou com um astral frágil.

- Brigou com sua futura esposa.

- Não, ontem ela manjou que cheguei doidão na casa dela, o clima foi tenso, mas sem brigas.

- E o que te aflinge?

- Pô Dani, tenho até medo de falar, medo de entrar numa viagem e não voltar.

- Vai tomar Santo Daime?

- Quem me dera, quem me dera, sabe encontrei uma mulher linda ontem e fiquei sabendo que é sua prima.

- Quem?

- Amélia.

Sinto um suspiro pelo telefone.

- É ela veio trampar no TCM, passou no concurso, mas se eu fosse casada com o marido dela não daria um prego no mamão, ela não é para seu bico.

- Sou fiel, Dani, quantas vezes quis me dar e não te comi.

- kkkkkkkkkkkk, piada essa hora, te respeita vagabundo.

- kkkkkkkkkkkk, tem o que para bebermos aí?

- Ah, depois dessa só caldo de boceta.

- Ta vendo, depois o vagabundo é um trápula.

- A noite tomamos uma vodka.

- Combinado.

- Trás sua amada.

- Falarei com ela.

- Fechou.

Teus olhos em tormento

Os meus na mansidão

Entrego, o meu ego

Penso, penso...

A poesia, falta algo essencial nela, o sentimento, como escrever um poema pensando em adultério, contraditório a alma do homem.

De quê meu Eu-lírico precisa?

A deriva sentimentalista:

Nesse radicalismo do quociente emocional nos expressamos, em sensações de pose, da forma mútua, no interesse não capitalista, a sensação do tato, de tocarmos no fundo da alma, o romance eloquente, que estabiliza, as vivências inapropriadas, a esfinge, a enigmática do coração, as palpitações, o perfume, as palavras que desejamos escutar naquele determinado momento onde os céus, desaba sobre nossas cabeças, e o chão nos engole, aquela mão companheira, que diz não, para não nos estreparmos mais a frente, esse apoio, quando o espaço- tempo, já não é condizente com sua realidade, a esperança de entregarmos nossa alma, o corpo, não há um momento, mais uma eternidade, Deus, está em vossas abstração, mas a esmo, em adjacência com obliquidade do negativismo, surge a força interior, o único passo que podemos dar, a negritude de seus atos, as mentes perspicazes, as infâmias, e algo pulsa, algo pensa, as lágrimas que se derramaram fazendo um lago se secou, entre ganhar e perder, possuir e não ter, em testemunhos glorificantes, algo nos diz, levante, e ainda percebemos ter a vida, a racionalidade desconexa, sombras ao nosso redor, pessoas emanando um astral de continuidade, marcas do passados, vultos, queimando nossa vibração e o odor de queimadura em âmbito inexistente ao redor, e a vampirização, obsessão espiritual, o que está para dar o primeiro passo entra em contradição  decisiva, morrer? Viver?

A decisão que mudará, a premissa pós-existencialidade, ainda trêmulo, ofegante, os membros corporais ainda pesado, arguta, viverei, viverei, desmaia, pela falta de alimentação, em pradarias dois envoltórios corporais aparecem, um estende a mão, a outra empurra para o planeta terra, cai no vazio do universo, e agora acorda não mais com a extremidade que o julgava, mas aquela mão a levanta em sobressalto ao olhar, vê as feições conhecidas, aquele perfume com a visão nublada ainda se tem a sensação encontrarei onde atracar, o porto aparece, aparece deturpando os conceitos cristão, o rotulado mentecapto pela sociedade, - proclama, Eli, Eli lama sabactânti, uma flecha entra pela costela, e saltamos em torcida aqueles, que desejavam o bem a solução, com a exatidão, da fragilidade, não objetivando o darwinismo, expõe louvado seja a vida,  seja Cristo, louvado seja Deus, e qual seria a solução se estivéssemos não atualmente, mas em um lugar remoto ou do futuro ou do passado, objetivaríamos a liberdade, mesmo amarrado, ultrajamos a pátria e nos prevalecemos perante, a lei suprema, o amor, sem divisões políticas, os olhos dos incompreensíveis, verificam, até existir o nascer do sol, alinharmos, nossas celestes conjecturas ao trépido, do ódio sanar e fragilizador recebemos o beijo, não por escoriações meretoriamente e pra relva, o presente apresenta e o perfume está em seu corpo, juntamente com a sensação de leveza de amar ou ter amado.

...

Em um passado remoto e não muito distante.

- A volta d’Ele está próxima, arrependemos de nossos pecados, o sangue de Cristo foi a redenção dos nossos pecados, implore e ele concederá a vida eterna.

No meio do sermão do pastor um menino iluminado pela pureza angelical, foge de casa e entra na igreja, em uma discrepância temporal um pensamento vem em sua mente.

- Deus quem é a mulher que me fora prometida?

É quando o inocente, a vista com uma bíblia sendo folheada uma menina.

O menino dirige tal pergunta a donzela.

- Jesus bebia cachaça?

- Não, isso é heresia. Responde a menina.

E o menino sai falando algo sobre a raiva, e  o que vemos somente dentro de nós, como olhar confuso, tal menina absorve aquelas palavras, o que provoca um desdém, e em seus pensamento, se pergunta quem é este garoto.

Quando o moleque foge de casa e retorna seus pais não dão conta, ele volta ao seu leito.

Quem é este garoto?

Hoje ele está longe, longe das palavras que dizíamos do encanto dos domingos.

Entre uma integral e derivada, a matemática, resguardou o seu corpo para aquele garoto, o tempo se passou e os romance a qual se debruçava na hora de dormir, a enchia mais de esperança, talvez uma ingenuidade de sua parte, ou as palavras na frequência sonora masculina, transmitiam, uma sociedade machista, com uma sala na maioria homens, conhece-la o íntimo, o prazer sexual a ocasionalidade de gozar, e desfalecer após vestir a roupa, e o homem procura outra, contando riquezas, mostrando os músculos, e com as últimas vestimenta, que transmita coesão nas mentiras, e mais uma mulher é desnuda e goza novamente, e já pensa na próxima, a matemática, convivia nesse ambiente, onde os homens mostrava sua supremacia.

-Esse não é o verdadeiro amor. Tentava enganar ela a si mesma e sempre na defensiva, concluía isso, quando algum homem conversava com ela, e já sentia diferença na tonalidade da voz, aquela voz sensual, a estremecia a ocultava, com o manual de conquista masculino, doutores em sedução em convívio estudantil, escolhia outro livro na estante e debruçava sobre eles, pensando ou aguardando um romance parecido com os do escrito.

...

Filosofia essa foi a escolha para um futuro pensador, regado de vinho, drogas e prostitutas, um jovem, que vivia no submundo, existindo discurso para todos os problemas sociais, se inquietava quando alguém, vivia as margens da opinião da sociedade com o pensamento variando entre a embriaguez, a social-democracia, sua lucubrações era profundas, todos que o conheciam, assinavam seu data-corpus, gente finíssima, mas as especulações diziam ser um drogado, sem futuro, e tais palavras eram direcionadas aos seus familiares que atordoavam com esses comentários, mas a sedução era sua formação no gueto ele fazia, de burguesa, mulheres recém-casada, carentes eram o seu tipo especial e sempre certeiro, as mulheres se apaixonavam, com o carisma, as belas palavras, a pessoa que ele demonstrava ser, e era, sua envergadura intelectual, prostrava doutores em sua audácia, eficácia, com o chacras de revolucionário, acendia mais um baseado e demonstrava, seu jeito galante, romântico, não era de ter várias mulheres ao mesmo tempo, era integro, saboreava os relacionamentos, e uma mulher de cada vez, sempre dizia aquilo que era preciso ouvir, quando o mundo se apresenta na contra-mão, e eis que tudo é galardão, poeta em seu íntimo a sociedade está em constante modificação mas o que amedronta é a massificação que se acomoda, flerta mais uma garota, e ela sorri, em suas solidões, é apreciador da solidão, beirando a depressão e só acorda com os raios solares da primavera, que trás mais sentimento.

Atualmente, a distância imposta por almejarmos nossos objetivos, essas duas almas se distanciaram, tomaram rumos diferentes, de forma aleatória, eis que rumos proféticos começam a convergir.

Ela estava olhando pela janela, a tempestade forte, inclinavam coqueiros, raios, relâmpagos, e trovão, em suas meditações, inclinava os pensamentos ao ser Supremo, o mestre de sua vida, em decisões irrisórias ou complexa, consultava Deus, de forma condizente os fatos aconteciam, a questão não era recuar, esquerda, direita ou centro, pois em seus conhecimentos unias as teorias cientificas com a sua fé, uma ressalva no meio acadêmico que convivia, observações que vinham de uma escala mais alta que a dela, era abandonar a fé, seguir por um caminho ateísta, pois em suas escritas sempre encaixava uma analogia ao cristianismo no meio físico, o que fazia repercutir ideias de indecisão perante a sua escolha, mas de forma brilhante, se aconselhava novamente com Deus, enquanto as águas ressoavam no chão, se encontrava centrada, um dia antes de seu casamento, com uma xícara de chá quente, elevou novamente as indecisões a Deus.

- Mostre-me o caminho certo para essa ocasião.

Quando de súbito um raio, seguido de um relâmpago, fez clarear toda a casa a qual estará, não só fez isso, como uma lembrança adormecida por anos, veio a sua consciência.

...Não havia ninguém naquele dia na igreja ou ainda não tinha chegado alguém, é quando o menino sai de uma das porta, já estava lá há tempos.

- Minha namoradinha, diz o menino

- Fala meu anjo

- você sabe que não sou anjo, com uma voz extremamente infantil.

O garoto sobe ao colo dela e encosta a cabeça nos seios da menina, estava já na puberdade.

- Seus peitos é um bom travesseiro.

Ela encara o menino nos olhos, e seus lábios encostam, um beijo, sem envolvimento de língua, duas almas puras esperando os planos divinos.

Tal lembrança fez de forma sem que a percebesse, teve um sorriso ingênuo, agora sua mente encontrava em plena bifurcação, havia anos que não tinha conversado com o lado reciproco daquele beijo que habitava suas lembranças, agora se encontrava uma mulher feita, a véspera do casamento, lembra do marido e não compreende o que aconteceria em seu futuro, pois a tal é uma incógnita, reservada, ligou o rádio, se deixou levar pelas informações da sexta-feira e quando o locutor no meio de uma música e outra, anuncia o pensamento de um ouvinte.

“Amores ocultos e verdades conhecidas, são oposto, assim como fantasiamos desejos na verdade e ocultamos aquele tormento, o amor é livre não merece ser cárcere dos nossos labirintos”. Autoria Mateus Mattos.

E ela fica mais reflexiva ainda ao colidir a lembrança com o celebre da frase, decide voltar a vida celibatária, é quando, sua amiga entra pela casa, a porta aberta, conclui, está tudo pronto entre o casamento de Amélia Oliveira e Ricardo Chaves, só falta acontecer.

Ele, estava ouvindo umas músicas na estação de rádio local, acontecendo um naufrágio nas emoções, as mulheres não mais despertava o  desejo estava enrustido, seus familiares impuseram um tratamento de narcóticos, a medicação deixara o sonolento, em súbito ele decide ligar para o programa que estava ouvindo e decide testar como andava a forma de organizar ideias, a secretária atende a ligação, e deixa o seu pensamento com o seu nome, passa em média dez minutos e ele ouvi o que deixou com a secretaria, o que faz lembrar daquela linda mulher que conheceu na fila do atendimento ao psiquiatra, Nancy, desabafa com aquela pessoa que tinha conhecido cinco minutos; falava que seus avós morreram, não conheceu seu pai, a mãe trabalhava viajando, e a tia a trouxe ao médico por ocasião de nunca ter namorado e a sua vida social era restrita, poucos amigos, então quando a via com olhar triste, outras vezes chorando, então se sentindo seguro, ele desabafa também, fala de seus problemas com as drogas, do tratamento que os seus pais estavam impondo, e nesse meio termo a xaveca, fazendo ela rir, como tinha chegado primeiro, Nancy é atendida primeira quando ela vai embora, deixa o numero do celular para aquela pessoa com quem conversava, ainda desacreditando ele passa o seu de volta e promete que iria ligar primeiro. Na primeira primeira ligação ela fala que conseguiu um emprego em uma AM, na segunda ligação sua agonia declara aquele pensamento que vai ao ar, a secretaria sabia que nada de extraordinário poderia acontecer naquele dia é quando que de forma inesperada, ele faz campana em frente a estação, esperando ela sair, ele aguarda uma hora e meia e chama Nancy, para dar uma volta sem destino pela cidade, ela nega diz ir para casa, ele a acompanha, nesse caminho ele expõe suas ideias o que pensava sobre a vida, o descaso do administradores, a mutação do homem ao impor novas ideias e entre um argumento e outro, ele sempre com a delicadeza de perguntar se tal assunto a agradava, Nancy sempre cordial pedia para prosseguir e ela a olhava com encanto, é quando chega na porta da casa da mulher, se olham por um bom tempo, olhar a olhar, em momento olhava aos lábios, e como se um movimento sincronizado os dois se abraça e beijam, e beijam novamente, até que decide entrar em casa e ele vai embora, no caminho, passa pela igreja que frequentava o que faz ficar parado pensando em Deus.

Atormentado, ele se cala, o panteísmo, o Deus de Spinoza, o deus do Kosmo, de forma inesperada e instantânea, tenta uma oração, sempre assíduo da corrente que o pai de Cristo, o Deus que afirma a unanimidade, deter a verdade absoluta, conclui que tal designação religiosa, é mais simplista a alma de forma enfática, preenche as lacunas que em certa ocasião, tenta-se teorizar, um praticismo de nos mantermos limitado, a forma que encarava coerente seus pensamentos, em uma luz, tenta a audácia de pensar, como Deus fora criado, antes mesmo da criação do universo, e não chegar a lugar nenhum, e se martirizava, tentando chegar a um ponto, deveras a bíblia não ser criação, invenção de roma e o vaticano, os deuses nórdicos, gregos, egípcios, a modificação do politeísmo ao monoteísmo, os outros deuses derrotados , por guerra, ou por ser uma ideia mais aceita, e a morte dos deuses, criaram novos deuses, monoteísta, profetas espalhados pelo continentes, por um momento afirma, “Só sei que nada sei”, e o fato de saber alguma coisa, não o colocaria acima da humanidade, como um ser superior, é quando ao perceber as nuancias enraizadas no psique, se sente diferente, mas normal, pois trilhava o caminho do conhecimento, praticava boas ações, suas obras eram benéficas, se existir uma lei divina, adequará em sua vida então teria uma reação de positivismo, a religião de fazer o bem, o fez pensar, em Nancy, preciso tomar rumo sérios em minha vida.

Nancy estava no quarto com um sorriso atenuante de felicidade, refletia sobre o que tinha ouvido, e percebera um repouso intelectual em sua vida, aquele beijo em frente a sua casa, fazia mais alegre, é quando assiste a seu filme preferido, um filme romântico, mas com fim trágico, ela se emociona novamente, dessa vez, não pensa que o amor acabe em tragédia, os conselhos que sua mãe emitia dizendo que os homens só pensam em sexo, também não tinha mais validez, estava no centro de uma emoção, e percebeu que estava no horário de sua medicação.

Ricardo, angustiado, estava em um janta com seus familiares, em suas entranhas, pensava que dentro de dois dias seria tudo diferente, estaria em uma casa própria, com uma mulher lindíssima, inteligente, se afastaria dos problemas da irmandade, seu sobrinho projetava uma carreira política, sua irmã e ele deram apoio, ainda mais capital, a lagosta que saboreava, com o vinho envelhecido, fez pensar em ser o ultimo momento que estaria solteiro, levemente soturno tinha liberado a quantia a Natasha, que filmara as cenas de sexo, era grato, pois admirava Amélia há anos, e amanhã os dois se casariam, Depois de ter saído da casa da sua quase esposa, soubera quem divulgou o vídeo e oferece uma boa quantia em dinheiro e um emprego longe, se os dois se casarem.

As lágrimas do enterro

Era um velório duplo, em uma pacata cidade, Amélia sobre efeito de medicação, um rosto empapado de lágrimas, não dava ouvido ao que dizia nas conversas paralelas, Seus pais estavam ao lado dela e quando algum conhecido do casal decidia dar as condolências a viúva, ela chorava ainda mais, aquele ambiente era extremamente depressivo, de súbito seu olhar só tinha direção ao caixão, refletindo sobre as circunstância na escuridão da alma, sentia um vazio e a alegria que vivera nos últimos anos dava margem, a tristeza, a imagem do marido se aproximando e caindo a abraçando a altura dos joelhos repetia paulatinamente, quando percebera, estava na hora do enterro o caixão segurado por íntimos da família e de forma inconsciente se deslocava até o cemitério quando os caixões fora sepultado, de repente se pega olhando para cima, um teto preto ocorre fazendo a desmaiar.

Acorda na cama, torce para tudo aquilo ter sido um pesadelo, olha de respaldo uma fotografia do casal, percebe que faltava um filho na imagem quando se dá conta sua prima entra pela porta do quarto oferece uma água com açúcar e fala.

- Dias melhores virão, ela segura na mão da viúva e rompe em prantos e sente o mundo desmoronar.

                

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