Entrei no portão, sem olhar para trás. Assim que abri a porta de casa, deparei-me com meu pai, escorado, de braços cruzados, me esperado. O semblante dele era de deboche misturado com raiva. No entanto as palavras foram ofensivas e de desdém:
- Nunca imaginei ter uma filha vagabunda.
- Pai, eu não sou vagabunda.
- Quase duas horas, chegar com um homem... É uma vagabunda!
- Vim de carona. Era só um amigo.
- Toda vagabunda diz isto.
Respirei fundo:
- Posso dormir?
- Com quantos homens você já dormiu?
- Nenhum.
- O que está acontecendo aqui? – Minha mãe chegou, com os olhos inchados e vermelhos.
Ficou claro que ela estava chorando.
- Sua filha vagabunda chegou agora em casa... No carro de um macho.
- Foi Jason... Aquele amigo que já comentei com você, mãe.
- Sim, ela conhece este rapaz há um bom tempo, Joaquim... Inclusive já tinha comentado comigo sobre ele.
- Ele tem um carrão. O que faz da vida?
- Eu... Não sei. – Menti.
- Já que perdeu a inocência mesmo, pelo menos escolha um homem d