Carente

Murat me abraça apertado, sentindo que preciso muito desse abraço. Ficamos um tempo assim. O nó na minha garganta vai se desmanchando numa mistura conflituosa de sentimentos: o conforto dos braços de Murat, a grande atração que sinto por esse estranho e o medo. E esse último que começa a falar mais alto. Ofegante, tomo consciência do absurdo que é estar no quarto desse homem chorando no ombro dele, e me afasto dele dizendo:

—Olha, obrigada por tudo. Melhor eu ir.

—Não vá, por favor. —Ele diz rouco. —Fique.

Ele fala tão enfático, tão sentido que eu estremeço e um êxtase que jamais experimentei toma conta de meu corpo com seu convite.

A mão grande desliza pelo meu braço enquanto seus olhos negros mantém os meus cativos nos dele. Solto um suspiro sem saber o que responder, confusa por querer ficar e ao mesmo tempo achar tão errado tudo isso.

Murat parece entender meu dilema e me puxa para ele, mas não de um jeito bruto, mas forte, sua mão circula minhas costas carinhosamente enquanto el
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