(Fernanda)
O carro do Diogo se afastou e, junto com ele, parecia que minha última chance de respirar em paz também ia embora.
Tentei me manter firme, mas a pressão no peito foi crescendo até que o choro me pegou de jeito. Segurei com força, mordendo o lábio, mas era como tentar segurar uma represa prestes a estourar.
De repente, um puxão brutal no meu cabelo me fez dar um grito abafado.
— Ai! — tropecei nos próprios pés enquanto era arrastada para trás. Antes que eu pudesse entender, fui lançada para longe, caindo de lado no chão áspero e quente.
Levantei o olhar, ainda ofegante e vi a figura dele. Meu tio.
— O que diabos você estava conversando com o Montenegro?! — ele gritou, e o tapa veio antes mesmo de eu poder responder. A ardência se espalhou pelo meu rosto.
— Eu… eu não falei nada — engoli seco, sentindo o gosto salgado do choro — Ele só veio saber… por que eu terminei com o Caleb.
Ele se inclinou, segurando meu rosto com força, os dedos quase cravando na minha pele.
— Vagabu