Alfa Me Traiu com a Cunhada. Fingi Minha Morte e Fugi
Alfa Me Traiu com a Cunhada. Fingi Minha Morte e Fugi
Por: Margot
Capítulo 1
Kristy, minha cunhada, reclinava-se preguiçosamente no colo do meu companheiro, Eugene. Ergueu a mão com delicadeza, admirando o anel cravejado com uma rara pedra de luar em seu dedo.

Lançou-me um olhar e, fingindo timidez, comentou:

— Este anel é um símbolo sagrado da alcateia Nightwind, passado apenas à luna. Pela tradição, ele deveria pertencer à companheira verdadeira do Eugene. Mas ele me deu diretamente... Selena, você não vai ficar chateada, vai?

Grace, minha sogra, riu com escárnio:

— Uma loba tão baixa e desprezível como ela tem motivo pra se incomodar com isso? Toda a alcateia sempre preferiu que você fosse a próxima luna. E agora que você carrega no ventre o herdeiro do sangue Alfa, ninguém mais questionará seu lugar. Você é a única que merece esse título.

Ninguém se importava com o que eu sentia.

Abaixei os olhos e vi meu dedo anelar nu. Nenhuma joia. Nenhum símbolo. Apenas um vazio que doía cada vez mais. As lágrimas começaram a se acumular nos meus olhos, sem que eu conseguisse detê-las.

Eugene enfim notou minha presença, parada ali, invisível. Soltou Kristy devagar e estendeu a mão para mim, segurando a minha com gentileza.

O toque era suave, mas o cheiro que vinha dele, o aroma amadeirado que eu conhecia tão bem, agora estava misturado com algo doce e enjoativo... o perfume decadente da minha cunhada, Kristy.

Prendi a respiração e ouvi ele dizer:

— Desde que meu irmão morreu, Kristy vive perturbada. A pedra de luar tem propriedades calmantes... Por isso dei o anel a ela. Selena, você entende, não é?

Mantive os lábios firmemente cerrados. Meu silêncio era minha resposta.

“Qual mulher no mundo aceitaria ver o marido dar a outra o anel que simboliza o lugar de esposa verdadeira? Ainda mais esse anel, o símbolo da luna! Aquilo era simplesmente inaceitável.”

Vendo minha reação, Kristy revirou os olhos, depois fingiu arrependimento e levou a mão ao anel:

— Ah, Selena, você sabe que estou grávida. Tenho tido noites horríveis, mal consigo dormir. Eugene só me deu o anel porque está preocupado com minha saúde. Mas se isso te incomoda tanto, se você realmente é esse tipo de loba amarga e invejosa... Então tudo bem, eu tiro agora mesmo!

Ela começou a puxar o anel com força. Mas ele parecia ter se fundido ao seu dedo, por mais que puxasse, não saía. Em vez disso, a pele ao redor ficou vermelha e irritada.

Kristy encheu os olhos de lágrimas, soluçando:

— Eugene... Eu juro que não quis ficar com ele pra mim. É que... Ele se encaixa tão perfeitamente no meu dedo... Tirá-lo está me machucando muito...

Eugene segurou a mão dela, interrompendo o esforço:

— Chega. Se já está com você, então é seu. Depois eu compro outro anel pra Selena.

Virou-se pra mim e disse:

— Selena, sei que você sempre foi tão compreensiva... Por que não deixa Kristy com o anel? Assim ela pode cuidar do bebê em paz.

Grace, minha sogra, não se aguentou e começou a me atacar:

— Selena, até você sabe que é uma Ômega de sangue impuro! Um filhote seu só traria vergonha a nossa alcateia. Agora que Kristy está esperando um verdadeiro herdeiro do sangue Alfa, você nem ao menos quer ceder um simples anel? Ela está oferecendo o corpo pelo bem da nossa alcateia e tudo o que você faz é bancar a ciumenta? Que tipo de loba nojenta você é?

Todos me olhavam como se eu fosse uma palhaça, aquela que causava todo o incômodo, como se estivesse criando uma cena desnecessária.

“Mas eu só... Amava Eugene. Só queria ser eu a mulher ao lado dele. O que foi que eu fiz de errado?”

O anel com a pedra de luar irradiava uma luz suave e sagrada, mas para mim, era como uma lâmina nos olhos. Eu ainda lembrava da promessa que Eugene me fizera: que um dia, ele colocaria esse anel nas minhas mãos, como símbolo do nosso vínculo eterno.

Agora, aquele símbolo estava no dedo de Kristy.

Engoli em seco o gosto salgado e metálico da humilhação. Com a voz rouca, consegui dizer:

— O anel de luar realmente combina mais com a sua mão do que com a minha. Se esse é o desejo do Eugene, então que fique com você.

Grace soltou um resmungo irônico:

— Pelo menos dessa vez teve um pouco de juízo.

Eugene me olhou com um certo desconforto. Não era a reação que ele esperava. Eu, como uma loba Ômega, sempre fui insegura no amor. No passado, vivia pedindo que ele me reafirmasse seu compromisso, e ele dizia que esse meu ciúme era um doce incômodo.

Mas minha quietude hoje... Essa resignação silenciosa, o deixou sem chão.

E naquela mesma noite, Eugene apareceu no meu quarto. Algo que já não acontecia há tempos.

Levantou o cobertor e se enroscou por trás de mim, me abraçando com força.

— Selena, eu sei que esses dias foram difíceis pra você. Mas agora que Kristy está grávida, e que eu fui confirmado como próximo Alfa da Nightwind, posso finalmente ficar mais presente com você.

Fiquei paralisada por um instante. Surpresa. Esperançosa.

— Você está dizendo que, depois que ela engravidou, não vai mais ter nada com ela. É verdade?

Eu não conseguia conter o tremor que sentia com ele me abraçando. Eugene era meu verdadeiro companheiro, meu companheiro de alma. Mesmo que ele sempre dissesse que ainda não havia me marcado porque meu corpo de Ômega não aguentaria a força de um Alfa completo, entre nós a conexão era inegável.

“Se ainda houvesse chance... Eu queria acreditar que nosso amor podia ser salvo.”

Eugene sorriu e passou os dedos na minha bochecha.

— Claro que é verdade. Você é minha verdadeira companheira, escolhida pela deusa da lua. Todo mundo sabe que o que tenho com Kristy é só por obrigação. Agora que ela já está grávida, não preciso mais ir ao quarto dela. Nem minha mãe vai reclamar. É hora de falarmos da nossa marca. E também de te dar um filhote... Assim você para com essas inseguranças.

Disse isso e me beijou com carinho na lateral do rosto.

Eu queria retribuir, queria mesmo. Mas aquele maldito perfume doce, o cheiro enjoativo de Kristy, ainda pairava no corpo dele. Invisível, mas presente. Como se houvesse uma terceira pessoa entre nós dois.

Tapei a boca e o nariz com a mão, o estômago embrulhado.

Engasguei-me, tentando não vomitar.

Nesse momento, uma confusão começou do lado de fora.

— Chamem a curandeira, rápido! Se algo acontecer com Kristy, vocês vão se responsabilizar?

— Alfa Eugene! — Alguém gritou do lado de fora, com urgência. — A luna Kristy está com dores... Parece que tem sangramento!

Eugene imediatamente me empurrou, se levantando num salto.

— O que houve? Reúnam os guardas! Tragam a melhor curandeira, agora!

Sem esperar resposta, ele se transformou em lobo e saiu disparado rumo à casa da Kristy. No caminho, derrubou tudo o que havia, inclusive o presente de aniversário do nosso primeiro ano juntos, que caiu no chão e se espatifou.

A empregada que me servia desde pequena entrou no quarto para limpar a bagunça.

Ela me olhou com tristeza e me estendeu um lenço:

— Selena... Não chore, por favor. Isso faz mal pra você.

Fiquei paralisada.

“Eu estava chorando?”

Levei a mão ao rosto. Estava encharcado de lágrimas.
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