Segurei a maçaneta e girei, tentando abrir. Bati, chutei, fiz tudo o que podia, só queria rever meu pai e abraçá-lo uma última vez.
— É a voz do meu pai, não acredito. — Continuei batendo até minhas mãos doerem, e nem assim ninguém me ouviu ou abriu. Foi então que entendi que era uma nova lembrança. Voltei com meus ouvidos na porta, um turbilhão de emoções me invadia e pioraram ao ouvir uma voz feminina, a da minha mãe. — E por que parece tão preocupado, amor? O que me esconde? — Mamãe perguntou aparentando tão preocupada quanto ele, porém parecia querer disfarçar para conseguir dar força a ele. Eu sentia estar à beira de um surto mental; eram as vozes dos meus pais, mas os assuntos não eram nada com o que conversavam quando eu era pequena. — Eu tenho quase certeza de que Wessex nos traiu e negociou a colheita com outro exportador. A multa que pagaremos a eles nos levará à falência, perderemos tudo, inclusive a nossa casa. — Meu pai