Passamos quase a noite inteira rodando pela cidade. O motorista seguia calado, atento ao trânsito, enquanto eu consultava no celular a lista de hotéis que poderiam se encaixar no perfil dela. Camila não escolheria um lugar luxuoso, mas também não se enfiaria em qualquer buraco. Ela tinha bom senso e era exatamente esse equilíbrio que dificultava minha busca.
O primeiro hotel ficava perto da avenida principal. A recepcionista confirmou, após minutos verificando a lista de hóspedes:
— Nenhuma Camila por aqui, senhor.
A segunda tentativa foi ainda mais frustrante. No terceiro hotel, um homem mal-humorado disse sem nem ao menos levantar os olhos:
— Ninguém com esse nome.
E assim seguiu.
Quarto, quinto, sexto hotel. Respostas idênticas, rostos indiferentes, teclados sendo digitados com desinteresse. Cada negativa era como um golpe seco dentro do peito porque não era só a ausência dela que doía. Era o fato de que ela realmente havia ido embora.
Já era quase onze da noite quando parei em fre