Parte 2...
Sábado de carnaval. O médico nos diz que podemos levar mamãe para casa.
Não sei bem se isso é uma boa notícia. Algo me diz que é a tal melhora antes do fim. Suspiro e agradeço com um sorriso meio chocho.
Joana e eu a levamos para casa, junto de suas plantas para animá-la um pouco.
Ela passa o dia bem, consegue comer devagar e até vê um pouco do desfile na tevê. Dorme muito e nós ficamos de olho.
No domingo ela manda que eu vá embora e eu brinco fazendo de conta que estou com raiva.
_ Você não me ama mais, é? - finjo estar triste _ Quer me mandar embora?
_ Não sua boba - ela ri de leve, com dificuldade _ É carnaval, vá curtir sua festa.
_ Até parece - torço a boca _ Quantas vezes eu curti o carnaval quando me casei com Armando?
Ela balança a cabeça e olha para fora.
_ Verdade. Aquele homem foi uma desgraça em sua vida - suspirou _ E te deixou com uma mão na frente e outra atrás.
_ É passado, mãe.
Não quero que ela se aborreça por algo que não vai mudar. Ela bate em minha mão