Vitória White
Olhei para os Mendonça e eles estavam lindos, Henrique com seu terno preto e com a barba sem estar feita, um pouco atrás Arthur vinha com seu terno azul marinho como sempre.
Vi de relance Ana com cara de preocupada, levantei uma sobrancelha e sussurrei.
- Segura a sua onda aí e respira fundo - ela me olhou com uma cara de deboche me fazendo rir.
- Vou dobrar a oferta 220 mil dólares, se você quebrar a aposta - ela fala e me dá um sorriso
Não aceitaria nem ferrando, mas minha boca falou por mim.
- Aceito - minha boca falou antes do meu coração falar, me fazendo errar uma batida, ou talvez 10 batidas.
Henrique estava perfeito naquele terno de três peças, o preto realçava o seu olhos, parecendo deixar os mesmos mais escuros.
Henrique abriu a porta para mim, e eu me sentei no banco do passageiro, estávamos em uma onde de provocação, pelo menos até onde eu tinha entendido. Ele se sentou ao meu lado no banco do motorista, Ana e Arthur ainda estavam do lado de fora do carro.
- Você está linda - ele fala me deixando quase sem graça.
- Obrigada - agradeço e olho para minhas unhas.
Arthur abre a porta para Ana que se senta atrás do banco de Henrique, Arthur passa por trás do carro e entra se sentando atrás de mim.
- Vamos? - Henrique pergunta todos respondemos um grande sim ao mesmo tempo.
Ana e Arthur parecessem distraídos o suficiente com a paisagem, coisa que eu estranhei mas não dei a mínima, olhei para Henrique, que deve ter percebido que eu estava o observando, pois apertou o volante com força.
- Gosta do que vê? - ele pergunta e eu levanto uma sobrancelha e coloco a mão encima da sua coxa direita, ele tirou uma mão do volante e apoio na janela passando o dedo no lábio inferior, sorri pequeno.
- Não vou alimentar seu ego - falo e me afasto, logo depois ele suspira.
Fiquei olhando a paisagem, seremos os primeiros a chegar, já que seremos os anfitriões. Pelo menos é isso que eu espero, mas o Henrique dirige igual uma tartaruga.
- Para o carro! - falo e ele me olha em choque e faz o que eu mandei.
- Vai abusar de mim? - falou e eu passei a língua no lábio examinando a ideia, ao mesmo tempo atraindo sua atenção para meu lábios que estavam com um batom nude.
- Desce do carro - ele me olha sem entender - agora!
Ele desceu e parou na minha frente me encurralando entre ele e o carro.
- Me encurralando de novo, senhor Mendonça? - falei e ri de lado.
- Fazer o que se você se coloca nessas situações... mas por que você pediu para eu parar o carro? - ele fala.
- Porque eu vou dirigir - falo e ele me olha abismado.
- Ah não vai não - falou convicto.
Passei o polegar no lábio dele e sussurrei um "vou sim amor". Ele olhou para cima como se procurasse forças e me entregou as chaves. Sorri de lado e me sentei no banco do motorista, ele entrou no carro ao meu lado e me olhou com fogo nos olhos, mas acho que não era fogo de raiva e sim de desejo.
30 minutos depois...
- Passamos mais de uma hora no carro - Ana reclama.
- Me erra Ana, pelo menos chegamos antes para corrigir os possíveis erros - falei cansada.
Os irmãos se entreolharam e deram de ombros.
- Mais que diabos? - Ana fala e eu olho para ela.
- O que? - digo enquanto me viro vendo dois pitbulls vindo na nossa direção.
- Voltem para o carro - Ana fala.
Ambos entraram e eu me ajoelhei, tenho certeza que eles me olharam com estranheza.
- Oi meus amores - falei enquanto eles pulavam em mim - estava com muita saudade, mas eu quero que os dois voltem para seu lugares ok? - beijo a cabeça dos dois e dou um petisco que tinha em minha bolsa, eles voltaram para seus postos, um em cada ponta da casa.
- O que foi isso? - Arthur pergunta.
- Me desculpem, eles deviam estar presos.
Eles me olham espantados e depois seguimos para dentro do casarão de veraneio.
Seguimos para o meu escritório, eu amo esse lugar, é enorme e do jeito que eu sempre sonhei.
- Bom o erro dos cachorros já estão resolvidos e agora temos que esperar até a hora do baile.
Joguei meu corpo na minha cadeira atrás de uma grande mesa e Henrique parou ao meu lado se apoiando na minha e Arthur estava com o braço em volta da Ana.
- 230 mil dólares - falo e ela se levanta.
- Nem louca - rebate.
- Quem mandou começar? Agora aguente - os meninos se olharam sem entender.
- Vocês apostam? - Arthur pergunta.
- Só em casos extremos - falamos ao mesmo tempo. Mas era mentira, nós apostamos por qualquer coisa, mesmo que fossemos bilionárias, sempre foi mais divertido tirar o dinheiro uma da outra.
- Apostaram o que? - Henrique pergunta e eu congelo.
- Me pareceu ser uma aposta bem alta - Arthur falou completando o que o irmão iria falar.
Engoli em seco e Ana me olhou desesperada.
- Vamos falar a verdade - digo e Ana me chama de louca - um cavalo, se ele perder a corrida eu ganho e se ele ganhar Ana ganha.
Ana suspirou baixo mas eu consegui ouvir. Olho para o lado e vejo Henrique pensando, aí depois de um tempo ele me vem com essa:
- Também queremos apostar - na hora que ele falou isso eu me engasguei e quase morri.
- Querem mesmo? - perguntei para ter certeza e eles disseram que sim com a cabeça.
- 240 mil Arthur diz - e eu arregalo os olhos.
- 260 mil - Henrique fala.
- Ok, o cavalo perde ou ganha? - falou aflita
- Ganha - Arthur diz.
- Perde - Henrique diz.
- Tudo bem, vamos! Está na hora do baile - Henrique me deu o braço e eu olhei para Ana que me olhou pedindo socorro, reprimi um sorriso.
O salão de baile estava completamente lindo, eu pensei que fosse ficar de outra maneira, mas ficou mais bonito do que eu imaginava, entrei com Henrique e sorrimos para os convidados e os fotógrafos.
[...]
Uma hora depois ainda na festa...
- Quem é ela? - pergunto para Henrique.
- Ela quem? - ele diz preocupado.
Aponto com o queixo e ele olha com raiva para uma loira que está vindo em nossa direção.
- É sua namorada? - ele se vira para me encarar.
- Nunca mais fale isso, eu nunca tive intenção de ter nada com ela. Você está olhando para uma foda casual que eu perdi o tesão - ele fala com uma leveza que eu me espantei.
- Oi amor - ela fala cínica olhando para mim.
- Se me derem licença - peço e ele segura meu pulso.
- Fique comigo - ele sussurra e eu arrepio sobre seu toque no meu pulso, que merda ele vai sentir isso.
- Tudo bem - falo
- Quem ela é? - a loira perguntou me olhando de cima a baixo.
- A dona da festa e tenho certeza que ela não te convidou - ele fala acariciando meu braço, me fazendo arrepiar mais ainda.
O que eu faço agora??