AMOR SEM FIM — A Camareira e o Senador — Série Amores Vol. 1
AMOR SEM FIM — A Camareira e o Senador — Série Amores Vol. 1
Por: Sandra Lima Autora
1. MARISA HERNANDEZ

"O tempo é algo muito precioso, e os anos ensinam coisas que os dias nunca souberam. Siga sua felicidade, e o universo vai abrir portas para você onde só havia paredes.

Dizem que um sempre

ama mais. — Ah! Meu Deus! Como

eu queria que não fosse eu!"

(Encontro de Amor)

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Capítulo 1

Minnesota/Estados Unidos

Dias atuais...

Reunião Energencial de Departamento da TCM (Technology Company Marshall)

— Pessoal sinto-lhes informar que nossa empresa diante da crise mundial está sofrendo grandes problemas financeiros. E por esse motivo necessitamos reduzir o nosso quadro de funcionários em torno de 40%. — Liz, a gerente geral, falava francamente com todo grupo de funcionários, quando Marisa empurra a cadeira para trás do seu corpo e posiciona as mãos sobre a mesa à sua frente, tentando compreender o que não tinha mais explicação.

— O quê? Vocês irão demitir 60% dos funcionários? Isso quer dizer que serão mais de quinhentas pessoas desempregadas nessa cidade e mais de duas mil pessoas sofrendo. Estão felizes com isso?

Marisa fala furiosa e todos os colegas que a anos trabalham lado a lado com ela, a olham surpresos com sua atitude destemida. Liz ajeita seus óculos de grau com uma das mãos e enquanto organiza os papéis sobre a vasta mesa de vidro afirma o que todos não queriam ouvir.

— Ninguém está feliz com tudo o que está acontecendo por aqui Marisa, mas essa é a única alternativa que encontramos para manter todos os ordenados de vocês e de mais alguns funcionários em dia. Se prolongarmos essa situação seremos obrigados a decretar falência e isso será muito pior para todos nós. E vocês seriam obrigados a nos colocar na justiça do trabalho para quem sabe depois de longos três ou quatro anos conseguirem receber.

A insatisfação de Marisa era notória, diante de todos os funcionários ela sempre foi a única que nunca baixou a cabeça para seus superiores e que sempre lutou pelo bem estar de todos os seus companheiros de trabalho. Além é claro de tentar garantir o reconhecimento e os benefícios que considerava justo para todos.

Seu modo destemido de ser, já era muito conhecido por Liz, que por diversas vezes tentou fazer de tudo para demiti-la, mas infelizmente nunca conseguiu, já que Marisa era a melhor funcionária da empresa, consequentemente a que gerava mais lucros, conquistava mais clientes e que aumentava ainda mais a fortuna dos Marshall. Os mesmos Marshall que agora a dispensavam sem nenhuma consideração.

Marisa estava trêmula, porém não poderia demonstrar isso perante Liz, pois seria o mesmo que decretar a sua derrota e isso ela não faria jamais.

— Então quer dizer que é assinar esse documento ou lutar na justiça pelos nossos direitos Liz?

— Isso mesmo Marisa! Assinam esse aviso prévio ou então infelizmente sairão com as mãos vazias. — Liz fala com um certo sorriso de satisfação na voz e isso deixava Marisa ainda mais furiosa

"Esa perra desgraciada me pagará."

(Essa vaca desgraçada vai me pagar.)

Marisa pensa enquanto tomava fôlego para enfim dizer tudo o que estava engasgado em sua garganta, desde o início dessa m*****a reunião. Já que estava decretada a sua demissão, ela não teria nada a perder, então esse era o melhor momento para jogar aos quatro ventos toda a sua indignação pelo modo nefasto que esses malditos Marshall estavam tratando à todos que doaram anos de suas vidas para manter essa m*****a empresa entre as primeiras do mercado internacional de tecnologia.

— Vocês são uns desgraçados. Malditos! Como podem tratar a todos nós que doamos anos das nossas vidas para essa m*****a empresa dessa maneira?

— De qual maneira Marisa? — Liz fala tranquilamente enquanto entrega as folhas para serem distribuídas entre os funcionários e Marisa estava a ponto de estrangular aquela desgraçada como se fosse uma galinha prestes à ser degolada

— Como se fossemos una basura! Um lixo! — Marisa b**e na mesa com força e seu grito é tão forte que era possível ver as veias de seu pescoço saltarem

Liz coça a sobrancelha esquerda com as pontas dos dedos e fala tranquilamente.

— Compreendo a sua indignação Marisa, mas também sou uma funcionária assim como você e estou aqui apenas para repassar o que foi decidido na reunião da diretoria. Portanto, não me olhe dessa maneira como se quisesse me estrangular, porque não tenho culpa de absolutamente nada.

Como sempre Liz tinha o dom de tirar a paz e deixar Marisa fora do eixo, mas ela tinha grandes esperanças de um dia as coisas inverterem e em uma das curvas da vida elas se cruzarem, e aí sim Liz aprenderia a sua lição

— Você assim como todos os acessores dessa m*****a empresa tem culpa de absolutamente tudo. Se soubessem como administrar esse negócio e ouvissem os funcionários nada disso estaria acontecendo. Nem ao menos sabemos quem é o verdadeiro dono dessa empresa, apenas conhecemos as siglas TCM. O que isso significa? Todos caímos na merda?

Todos riem na sala e Marisa permanece imóvel soltando fogo pelas ventas.

— Não Marisa, TCM significa Technology Company Marshall.

— Marshall? Esse é o sobrenome do dono da empresa? O mesmo Marshall que está se candidatando para governar o nosso estado? Isso só pode ser uma piada de muito mal gosto. — Marisa fala enquanto passava aos mãos no rosto que já estava suando, por tamanho nervosismo que sentia

— É ele mesmo Marisa. E não! Isso não é uma piada, essa empresa foi fundada pelo pai do atual candidato ao governo de Minnesota, portanto ele como herdeiro não quer dar continuidade ao negócio da família, por essa razão vendeu as suas ações e os acionistas maioritários decidiram diminuir o quadro de funcionários. Simples assim!

Seu corpo não suporta tais notícias, e Marisa cai sentada na cadeira que havia atrás dela, estática, enquanto ouvia tudo aquilo sentindo seu coração saltar e ao mesmo tempo diminuir o ritmo quando se lembrava da família que necessita dela para sobreviver. Agora sem emprego e recebendo muito menos do que o esperado tudo ficará ainda mais difícil. Com a mãe sanfenada à três semanas e um filho de dez anos para sustentar, ela se vê num beco sem saída. O suor que antes era quente, agora está gelado, assim como o seu coração. Ela não sabia o que fazer e menos ainda como daria essa notícia para sua família.

Desempregada justamente agora? O que ela faria? A quem iria recorrer?

A reunião com a chefe do departamento terminou e Marisa permaneceu sentada no mesmo lugar com as mãos sobre a cabeça pensativa. Mas, volta a si instantes depois que sua amiga Jodie, que também fora demitida toca em seu ombro.

— Amiga, vamos! A reunião já terminou e aqui está a sua ficha para entregar o aviso prévio no RH.

Marisa examina a ficha minuciosamente e sente um frio na espinha, ao confirmar que tudo era real e ela realmente estava a ver navios.

— Ai Jodie, não tenho nem ao menos forças para ir embora. Não sei como vou conseguir dar essa notícia para minha mãe e o Max.

— Amiga fique calma que tudo dará certo. Deus nunca nos desamparou e não será agora que Ele fará isso. Estamos todas com os nervos à flor da pele e não conseguiremos nada nos desesperando. Essa porta se fechou para nós, mas outras melhores vão se abrir. Precisamos ter fé.

Jodie abraça Marisa que recai sua cabeça em seu ombro chorando desesperadamente. Ela já passou por tantas dificuldades desde que chegou nos Estados Unidos e apenas em Minessota conseguiu enxergar uma luz no fim do túnel e aos pouco foi reconstruindo a sua vida que fora devastada em Cuba. E agora, depois de cinco anos e quando ela imaginava que tudo estaria bem acontece justamente isso. Ela perde o único emprego que lhe pagava consideravelmente bem. Os anteriores não chegavam nem a metade do que as empresas Marshall ofereciam aos seus empregados, além das bonificações mensais que ofereciam àqueles que tinham melhores rendimentos.

E agora?

O que ela deveria fazer diante dessa situação?

Como conseguiria colocar comida na mesa?

E como pagaria a dívida feita ao banco, para a cirurgia da sua mãe?

Marisa respira fundo e sai da sala de reuniões amparada pela sua amiga Jodie, que apesar de também ter sido demitida, não estava numa situação tão difícil quanto de Marisa. Primeiro porque ela tinha um pequeno negócio on line, vendia produtos eróticos que lhe davam uma boa renda extra, e segundo, porque era solteira, sem filhos, tinha uma casa própria e não necessitava sustentar ninguém além dela mesma.

— Marisa podemos tentar trabalhar juntas. O que acha de ser minha modelo? — Jodie fala tentando dar um pouco de esperança para a amiga

— Hã? Modelo? De que? De vibradores e lingerie comestível? Não é desfazendo do seu negócio, mas eu não me enquadro nesse tipo de trabalho amiga.

— Por que não? Você é jovem, lindíssima, tem um corpo super bonito e esse rosto... parece até uma perfeita bonequinha de luxo. Ouça o que eu lhe digo, você ganharia muito dinheiro como modelo fotográfico. — Jodie diz confiante

— Já tenho preocupações demais para encontrar mais sarna para me coçar. — Marisa fala desmotivada

— Por que diz isso?

— Já parou pra pensar o que meu filho diria ao me ver usando roupas sensuais e demonstrando produtos eróticos? Ele teria vergonha de mim. E ter o desprezo do Max seria o mesmo que a morte. Esquece Jodie, vou dar um jeito de conseguir outro emprego e arcar com os compromissos lá de casa e também com o banco.

— Você quem sabe amiga. Mas se mudar de ideia a proposta ainda está de pé.

— Tá certo. Obrigada!

Marisa terminou seu expediente e foi para o vestiário se trocar. Ela teria exatamente um mês para encontrar outro trabalho e assim conseguir arcar com as dívidas. Enquanto terminava de se arrumar uma lágrima rola no canto do seu rosto, era por preocupação, angústia e medo de passar o mesmo que em Cuba. Foram tempos muito difíceis e amargos que ela não gostaria de voltar a sentir. Seu desespero era nítido em todos os seus gestos, por alguns instantes até cogitou a possibilidade de aceitar a oferta de posar para a amiga Jodie, mas ao fechar os olhos e lembrar do sorriso do seu filho essa ideia desapareceu no ar como fumaça.

Ela tranca seu armário que muito em breve estaria vazio. Coloca sua mochila bege nas costas e segue para a saída do prédio. B**e o cartão de ponto, se despede de alguns companheiros que encontra pelo caminho e segue para o ponto de ônibus que ficava a cinco minutos do luxuoso prédio Marshall.

"Requintado e prestigiada família Marshall. Grande merda! Se todos soubessem o que acabou de acontecer por trás desses vidros espelhados, tenho certeza que esse bosta do Cristhian Marshall não estaria concorrendo a essa vaga de governador e menos ainda estar a frente de todas as pesquisas. Desgraçado!"

Marisa pensa enquanto observa o outdoor gigantesco de campanha que havia em frente ao prédio e gotas d'água, que anunciavam uma chuva, caem no seu rosto.

— Ai que ótimo! Tinha que começar a chover justamente agora?

Em poucos segundos uma forte chuva desaba no céu de Minessota. Marisa apressa o passo na tentativa de chegar o mais rápido possível ao ponto de ônibus e se abrigar. Quando enfim consegue chegar é surpreendida por um carro em alta velocidade que j**a água por todo o seu corpo a deixando completamente ensopada.

— Bastardo! Tu me pagas hijo de puta!

(Desgraçado! Você me paga filho da puta!)

Ela aperta os olhos e grava os números da placa do carro. Sempre teve uma excelente memória, além de ser ótima com números e sabia usar as suas habilidades muito bem quando necessário. Estava certa de que talvez seria praticamente impossível rever o motorista, mas com uma boa pesquisa na internet conseguiria descobrir quem era o dono do veículo e assim tirar satisfações pelo que aconteceu. Apesar que o que ela menos desejava era perder tempo com um imbecil qualquer, que não sabe dirigir em dias chuvosos. Ela só queria uma solução ou que todo o seu péssimo dia não passasse de um sonho ruim.

Continua...

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