Eu pedi que todas as vezes que Betina for vista indo até o riacho me avisasse já na mesma hora , eu queria saber todos os seus passos e está por perto dela sempre.
- Ela está no riacho - Lorival diz me olhando - Acabaram de ver ela passando pra lá. - Abro um sorriso assim que ele diz
- Ótimo eu vou lá - Falo para ele.
- O que você pretende fazer com ela Vinícius? - Ele diz me olhando
- Eu vou me vingar de todos eles - Eu Digo para ele que arregala os olhos - Eu vou vingar a minha mãe seu Lorival.
A única coisa que eu tinha em mente era isso, era vingar a minha mãe, nem que para isso eu tenha que usar Betina, ela era muito boba e iria cair no meu papo rapidinho.
- E as terras ? - Ele pergunta indo atrás de mim em quanto eu ia pegar o cavalo.
- Compre o banco se for possível - Digo para ele - Eu quero eles no fundo do poço, soterrados de dívida - Eu abro um sorriso - Vá atrás disso o quanto antes Lorival - Ele assente.
- Vou agilizar isso hoje mesmo - Ele diz e eu assinto subindo em cima do cavalo.
Assim que chego no riacho já a vejo sentada em uma pedra lendo um livro que cálculo ser romance, o seu vestido estava levantado até o seu joelho por causa do calor, ela tinha um corpo perfeito, Ela era toda perfeita, tudo o que eu queria era ela na minha cama.
- Não sei porque mas achei que ia te encontrar aqui - Digo dando um susto nela mas logo ela abre um sorriso para mim e eu sorrio de volta. Eu precisava me vingar de algum jeito e seria usando a sua inocência.
- Está me seguindo? - Ela diz fechando o seu livro e colocando em cima das suas pernas. - Você nunca vinha até aqui e gora sempre que estou você aparece - Ela diz em um tom de voz calmo.
- Quem sabe? - Falo sentando ao seu lado, ela me olhava com um brilho nos olhos.
- Acredito que você seja bastante ocupado para ficar no riacho - Ela diz me olhando e eu abro um sorriso para ela.
- Talvez tenha uma bela moça por aqui que me interesse - Ela fica toda sem jeito. - Desculpa não queria te deixar constrangida. - Falo tentando amenizar a situação.
- É melhor eu ir - Ela diz se levantando mas seguro na sua mão.
- Fica mais um pouco? - Falo me levantando e ficando perto dela
- Não vai cair bem se alguém encontrar nós dois aqui sozinhos - Ela me responde mas eu ainda segurava o seu braço.
- Tenho certeza que ninguém vai aparecer por aqui - Eu falo passando a minha outra mão pelo seu rosto.
- Eu preciso ir - Ela diz um pouco nervosa, eu vou encostando a minha cabeça na sua e sinto a sua respiração pesada.
- Fica só mais um pouco? - Susurro quase encostando os meus lábios no dela, ela estava bem nervosa e dava para perceber que ela nunca tinha beijado ninguém. Selo nossos lábios em um beijo calmo
- Eu preciso ir - Ela diz se afastando de mim e juntando as suas coisas.
- Desculpa - Falo para ela que me olha por algum instante - Eu não deveria ter feito isso, mas eu não resisti.
- Tudo bem - Ela diz - Mas agora eu preciso ir - Ela fala saindo do meu campo de visão.
Abro um sorriso satisfeito com o que tinha acabado de acontecer, e já sentia essa bela morena nas minhas mãos.
Betina narrando
Arrumo o cavalo no estábulo e fico pensando no beijo que ele me deu, eu nunca tinha beijado ninguém, o seu sorriso não saia da minha cabeça desde o primeiro dia que o vi no riacho.
- Betina - Meu pai diz - Está tudo bem?
- Sim papai - Eu falo - Eu vou entrar. - Ele assente e eu entro para casa.
Já era noite e o clima estava bem tenso na mesa, meu pai, meu avô e meu irmão estavam com a cara mais emburrada do que cavalo chucro, minha mãe e minha avó estavam com uma aparência estranha.
- O que está acontecendo aqui? - Eu pergunto e atraio olhares de todos eles - Porque estão com essas caras?
- As coisas não estão fáceis - Meu irmão responde
-E cada dia está ficando mais complicada - Meu avô fala
- E não tem jeito de reverter a situação? - Eu pergunto para eles
- Tem - Meu pai diz - Mas não sei se você iria gostar dela - Engulo seco
- Como assim? - Eu pergunto para ele já imaginando a sua resposta.
- Precisamos casar você com alguém que dê suporte para as nossas terras - Arregalo os olhos para o meu pai
- Vocês querem casar ela com quem? - Minha mãe pergunta
- Ainda não achamos um pretendente - Meu pai responde e eu fico em silêncio, não poderia discutir com ele ali na mesa.
O jantar termina em silêncio, e eu não consigo comer mais nada, vou até a escadaria que dava para a casa e deixo algumas lágrimas descer, como eu iria casar com alguém que eu nem conhecia?
- Bernardo - Falo assim que ele ia descendo as escadas e ele para e me olha - O que o pai disse é sério?
- Betina estamos em uma situação difícil, e você vai precisar fazer a sua parte como a única filha mulher - Ele me responde - Prometo que não vou deixar você casar com qualquer um.
Eu ainda não estava acreditando nessa situação , no que estava acontecendo.
(..)
Dois dias se passaram desde que eu encontrei ele no riacho e ele me beijou, seu beijo não saia da minha cabeça. Passo a tarde no riacho mas ele não aparece, nem sinal dele, acabo voltando para casa desanimada, estava tão esperançosa que ele iria estar lá, que ele iria me encontrar.
- Anda Vladis - Digo para o cavalo que empaca no meio do caminho - Eu não acredito nisso - Digo bufando, e saindo de cima do cavalo, assim que saio ele sai em disparada - Droga - Dou um berro, caminhando iria demorar um século para chegar em casa, teria que ir pela estrada que era mais seguro.