116. A Beira do Impossível
Alice
O corredor estreito parece se fechar ao meu redor conforme seguimos a enfermeira. Meus pés se movem rápido, mas minha mente já está um passo à frente, imaginando mil cenários, nenhum deles bom.
Dona Olga não pode... Não agora.
PG permanece ao meu lado, silencioso. Seguro sua mão com mais força, e ele percebe meu temor. É como se conseguisse ouvir meus pensamentos.
— Fique tranquila. Estarei sempre com você em todos os momentos. Enquanto eu respirar, te protegerei. Lembra? — Sua voz firme e confiante nos meus ouvidos me faz sentir protegida. Mas não impede que um resquício de medo tente invadir meu coração. O medo da perda. Isso é incontrolável. Sufocante. Já senti isso uma vez, e ainda dói. Não quero sentir essa dor novamente. Não quero.
Seguro firme no braço de PG e sussurro:
— Eu sei que posso confiar em você. Mas eu... — Minha voz embarga.
PG para no meio do corredor. De frente para mim, segura meu queixo e, com uma certeza gigantesca, fala:
— Você tem medo. Eu sei. Eu também