Eu já estava meio alta de cerveja. A cabeça girando devagar, mas o coração batendo forte. Aquele tipo de batida que a gente sabe que vai dar merda. A tal da Suelen estava me provocando com força. A vagabunda dançava daquele jeito barato, se esfregando no ar como se fosse a única com bunda na praça. Pior, virada pro meu macho. Para cima do meu Playboy.
Gabriela resmungava no meu ouvido, irritada com Pardal que tinha dado moral para uma qualquer. Eric, como sempre, paquerava meio mundo. Já tinha dado em cima de dois garçons, um vendedor de cerveja e, provavelmente, de um marido hétero também. Ele estava no cio, doido para arrumar alguém para à noite. Mas eu não conseguia rir. Nem curtir. Eu estava ali, fingindo que estava bem, sambando, dançando, bebendo, mas de olho nele.
De olho no Playboy.
E, no fundo, o que doía mesmo era eu. Era meu corpo que eu ainda não aceitava completamente. Depois que tive Pedro, voltei ao meu peso, sim. Mas me olhava no espelho e ainda via mil defeitos. Ac