Marlén apertou os lábios enquanto visualizava o local, sentindo algo a arder-lhe no peito. Sentia a mesma desilusão de alguém que foi traído pela pessoa que mais amava, mas tentava disfarçar e tranquilizar-se.
"Não deve doer, ela é amante dele", convenceu-se de que o que estava a sentir não era real.
Quando se dirigiram para a casa da rapariga, ela ficou espantada ao descobrir que, ao contrário das casas que rodeavam a mansão do Supremo, por detrás destes edifícios glamorosos e destas casas brilhantes havia um bairro de lata. Ali, a pobreza era evidente, embora houvesse um forte sentido de comunidade. No entanto, a diferença social e hierárquica era palpável.
Na sala pequena e modesta, iluminada por um único ponto de luz pendurado no teto, Marlén estava de pé quando ouviu uma voz áspera e rosnada de um rapaz atrás dela.
Instintivamente, virou-se para ver um homem magro aproximar-se dela com um ar ameaçador, mas antes que pudesse ver a cara dele, a criada Omega meteu-se entre eles.
-Com