NARRAÇÃO DE ALEXANDER...
Aí, sou doido, não!
Sei que tio Gabriel está em surto, vou sumir com os pais da Lilly daqui, antes que se assustem com suas gritarias e fujam com ela, achando que somos uma ameaça para sua filha.
Há mais um motivo, o maior deles, a minha dignidade. Ele vai querer me humilhar em público. Já posso ouvir seus gritos, " Ô filho da putä...". Conheço essa frase de cor, comecei a escutar quando tinha oito anos.
Na época, peguei a máquina de cortar cabelo e passei na barba dele enquanto dormia. Ele ficou putö porque nunca fica sem barba, ele diz que é seu charme, mas naquele mês, foi obrigado a tirar toda para acertar o corte, foi a primeira vez que o vi sem barba.
Tio Jhonny e tio Nicolás zoavam tanto, dizendo que ele estava com a cara chupada, que perdeu o queixo, que estava esquisito para um carälho. Ele me encarava com ódio, isso porque eu era um moleque de oito anos. Não era bobo e me escondia na saia da tia Liz, ela não deixava ele gritar comigo.
Só na adol