O Grito dos Traidores
Mateus
Os gritos de Alejandro Montoya preenchem o porão.
Théo, ao meu lado, mantém o rosto impassível enquanto segura uma barra de ferro incandescente próxima ao peito do traidor. O cheiro de carne queimada se espalha, e Montoya se contorce, tentando escapar das algemas presas às vigas de aço. Seu suor escorre misturado às lágrimas, e sua respiração vem em soluços curtos e irregulares.
— Você fez sua escolha. Agora lide com as consequências. — Théo murmura, pressionando a ponta da barra em sua clavícula.
O grito que Montoya solta faz o ar do porão vibrar. Sua pele crepita sob o calor, e ele se contorce em agonia. Mas Théo não reage. Seus olhos permanecem sombrios, vazios, como se já não houvesse espaço para qualquer compaixão dentro dele.
Ramón Ortega assiste à cena, os olhos arregalados de pavor. Seus lábios tremem, mas ele não consegue formar palavras. O medo o paralisa. Ele engole em seco quando Arturo se aproxima, calmamente tragando seu charuto. O brilho da