O que foi que eu acabei de dizer? Meu cérebro simplesmente foi no automático. Juro, eu não queria ter revelado isso — não assim, não agora. E o jeito como ele me olhava... como se aquilo fizesse algum sentido. Mas não fazia. Aquilo tudo era um absurdo. Ele era o meu chefe.
Foi ele quem me acolheu quando eu mais precisava. Me deu um teto, proteção... segurança. Pra mim, e pra minha filha. E tem sido tão doce, tão presente, que até a Aurora se apaixonou por ele do jeitinho dela. E eu... eu amei aquele beijo.
Mesmo sabendo que ele disse ter sentimentos por mim — talvez por isso tenha me beijado —, nada disso muda o fato de que ele é o meu superior. E eu não podia. Não devia. Ultrapassar essa linha era perigoso. Porque, no fim das contas, quando tudo desaba, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. O meu.
E se ele estiver se aproveitando de mim?
Não quero acreditar nisso. Ele tem sido gentil, cuidadoso. Um verdadeiro cavalheiro. E eu devia simplesmente agradecer. Não julgá-lo. Não ima