Não gostei nem um pouco do curto trajeto na limusine ao lado da ruiva mal-humorada. Ao chegarmos no aeroporto, uma onda de apreensão me atingiu. Eu não fazia ideia do que esperar dessa viagem. Um repentino arrependimento me invadiu, e minha expressão se tornou pálida e gélida. A ruiva, sentada à minha frente, parecia ignorar meu desconforto enquanto sorria, segurando uma taça de champanhe.
Eu me senti como se estivesse prestes a cometer um erro terrível. Poderia estar em casa, com meus gatos, em vez de me envolver em toda essa loucura. Mexi as mãos nervosamente, sentindo o suor na espinha. Olhei para a porta do jatinho, pensando em correr para fora, mas então o piloto anunciou que estávamos prestes a decolar, a porta se fechou e apertei o acolchoado da poltrona.
Respirei fundo e fechei os olhos, tentando manter pensamentos positivos, ou pelo menos tentando. Mas, para perturbar ainda mais minha paz, que eu nem tinha, a voz irritante da ruiva soou nos meus ouvidos:
- Para de frescura.