Ela engoliu em seco e entrou com o pacote nos braços, trancando a porta atrás de si com mãos ligeiramente trêmulas. Largou a bolsa no chão e foi direto para a mesa da cozinha, onde pousou a caixa com cuidado. Ficou olhando por alguns segundos, tentando entender o que exatamente estava sentindo.
Com delicadeza, desfez o laço de barbante e puxou o papel pardo, revelando uma caixa de sapatos antiga, daquelas que a mãe costumava guardar cartas, fotografias e recortes de jornal. Dentro, havia um envelope com seu nome escrito à mão, seguido de um empacotamento apertado de cédulas dobradas; notas de cem, cinquenta, vinte. Elana arregalou os olhos. Havia maços de dinheiro ali. Muitos. Ela não sabia quanto, mas era mais do que poderia contar de uma vez.
Tirou o envelope com o próprio nome, abrindo-o com mãos que já não disfarçavam o tremor. No interior, uma carta, escrita com a mesma letra que a fez chorar nas tarefas da escola, quando a mãe a ajudava a copiar.
“Minha querida Elana,
Se voc