Ele queria acreditar que era apenas uma coincidência. Apenas ficção. Mas conhecia Elana. E se havia algo que ela nunca foi capaz de fazer… era escrever sem sentir.
“A chuva tinha parado fazia pouco, mas a cidade ainda pingava tristeza. Eles estavam sentados no ponto de ônibus desativado, como sempre faziam quando queriam fugir do mundo. Um pacote de balas azedas entre os dois, e o céu começando a clarear no horizonte.
— Me promete uma coisa? — ela disse, sem encará-lo.
— Depende.
— Que a gente nunca mais vai esquecer esse dia. Mesmo que a gente mude, cresça, se perca. Me promete que vai lembrar.
— Por que justo esse dia?
— Porque é o tipo de dia que só existe uma vez.
Ele não respondeu de imediato. Em vez disso, tirou do bolso uma caneta esferográfica azul, desenhou uma pequena estrela no punho dela, e depois outra no seu próprio.
— Agora não tem como esquecer.
Após a chuva passar, os dois se despediram com um ‘até amanhã’. Ele sentia uma sensação estranha em seu coração, um