O vento frio da noite soprava pelas janelas abertas do apartamento, trazendo consigo o cheiro da cidade que, em breve, eu deixaria para trás. Sentada no pequeno sofá da sala, olhei para a mala parcialmente aberta ao meu lado, contendo as poucas coisas que levaria comigo.
Meu coração pesava no peito, mas não havia dúvida dentro de mim. Era o certo a fazer.
Eva, sentada no chão, tomava um gole de vinho de sua taça, os olhos fixos na vista noturna da cidade. Ela estava em silêncio há alguns minutos, absorvendo tudo, talvez tentando se preparar para a despedida que se aproximava.
— Tem certeza disso? — sua voz era baixa, como se temesse que qualquer tom mais alto pudesse me fazer mudar de ideia. — Ir embora assim, para um lugar onde ninguém te conhece...
Suspirei, abraçando meu próprio corpo.
— É a única maneira de garantir que meu filho esteja seguro. Se eu ficar, mais cedo ou mais tarde, Damian vai descobrir. Ele não vai parar até me encontrar, e não posso correr esse risco.
Eva apertou