Ponto de vista de Lívia
Pensei que ele sequer me responderia, devido ao tempo que permaneceu em silêncio. Logo voltei a me concentrar em meu banho. Encostei novamente a cabeça na borda da banheira e tentei relaxar, fechando os olhos mais uma vez.
Ainda assim, eu sabia: ele me encarava. Com aqueles olhos azuis profundos, como o oceano. Seu olhar percorreu o anel, subiu pelos meus ombros e depois até meus seiọs. Tentei ignorar a forma carregada de desejo com que me observava. Já começava a relaxar novamente quando o ouvi falar:
— Não tenho muito a contar sobre mim e sobre minha infância. Cresci como qualquer filhote de alcateia. Não havia nada de especial em mim.
Prestei atenção em suas palavras, mas algo não fazia sentido. Se ele fosse insignificante, por que estaria preso em uma pedra mágica? Aquilo não se encaixava.
— Se você fosse insignificante, não estaria preso — rebati, encarando o anel em meu dedo. — Você deve ser especial em alguma coisa. Não pensa assim? Não acha que pode me