Carioca
Tô no camarote com LC e o Japah. O bonde pesadão com cordões e anéis de ouro, roupas caras, porque a gente não anda de qualquer jeito, e as glocks na cintura. Todos naquele pique.
Em um canto mais ao fundo, em uma mesa, estamos conversando enquanto muitos soldados circulam com os fuzis pra todo lado, fazendo a segurança. Quanto maior o evento, maior deve ser a atenção.
Alimentação e bebidas da melhor qualidade, som muito alto e quadra lotada. Comemoração é sem miséria.
Meu rádio toca.
Me afasto e vou até onde não tem tanto barulho. Atendo.
— Fala!
— Senhora sua esposa saiu de casa, agorinha!
— Cola nela, então!
— Um dos homens já tá na escolta! — Bode responde do outro lado da linha.
— Já é!
Desligamos.
Volto com os caras.
Leandra chega no camarote.
Vestido dourado, curto e justo, cordão de ouro com a letra C no pescoço, batom vermelho conforme falou que usaria.
Ela se aproxima, sorrindo, e senta em meu colo.
LC e Japah levantam e se afastam indo até suas fiéis