18 ANOS DEPOIS...
G4 (Gabriel)
Deitado na minha cama, mexendo no celular, dou uma olhada nas redes sociais daquela desgraçada. Vida bacana a dela, muito bebida, diversão, festas e sempre rodeada de muita gente.
Nem sei por que, depois de tanto tempo, resolvi olhar. Foda-se que ela está bem.
Saio da página, bloqueio a tela e jogo o celular em cima da cama. Vou até o closet e pego uma roupa pra colocar depois do banho.
Meu celular toca.
— Fala, Leco!
Leco é o vulgo do Marcelo, meu primo, filho do tio Japah.
— Treta aqui na entrada do morro! — ele diz.
— Tá, e por que tá me avisando? Resolve aí, pô! Tu sabe que essas paradas é contigo.
— Então, a treta é com a Antonela!
Porrä! Essa pirralha já tá aprontando. Aliás, o que ela tá fazendo aqui, hoje?
— Tá, marca um 10, que eu já chego aí!
Quando chego lá, vejo o caô formado. Sem paciência pra showzinho de garota mimada, já dou um tiro pro alto.
Todos param e me olham.
Moradores que entravam e saíam da comunidade