Sorte em ter...
Estevão
Quando o Alexandre abriu a porta da cobertura, me mantive de pé em silêncio. Queria apenas observar. Vi a Malu chorar abraçada ao irmão. Os dois trocaram pedidos de desculpas emocionados. Era impossível não lembrar do caminho até aqui, do quanto ela estava nervosa.
Quando fui buscá-la em casa, ela caminhava de um lado para o outro, dizendo que não sabia se deveria vir. Mesmo com o convite carinhoso da Jaqueline, o medo da reação do irmão pesava nela. Eu me aproximei, segurei suas mãos e disse que tudo ficaria bem, que era hora de deixar as mágoas para trás. No carro ela comentava com a voz baixa, o quanto estava com saudades do Alexandre. Ali, senti meu peito aquecer.
Agora, vendo os dois juntos, percebi que aquelas lágrimas no abraço não foram apenas de arrependimento, mas também de alívio. Era como se um pedaço que faltava tivesse se encaixado de novo. Quando o Alexandre se virou para mim, depois de tanto choro e emoção, e me puxou para um abraço forte, seu tom leve veio aco