Minha filha...
Jaqueline
Minha mãe continuava a enxugar as lágrimas, mas a dor era visível em cada traço do seu rosto. Eu sentia meu mundo girar. Senti o choque novamente, mas agora tudo se tornava real, não era mais a possibilidade de um engano ou mentira. Era como se o ar faltasse dos meus pulmões e busquei desesperadamente o ombro do Alexandre para me apoiar. Ele segurou o celular enquanto me acalmava.
– Não… não, isso não pode ser verdade… chorei sacudindo a cabeça. – Você está mentindo.
– Eu queria… eu queria nunca ter que te contar isso. Queria te poupar dessa dor a vida inteira. O Edgar é o seu pai. Eu nunca quis que você soubesse.
– Como pôde, mãe? Como pôde me esconder isso a vida toda? Como pôde enganar o papai… enganar a mim?!
Minha mãe apertou as mãos contra o peito, como se quisesse se defender.
– Eu nunca enganei o Otávio, filha. Quando eu tinha 23 anos, fui para São Paulo fazer o curso de modelista, mesmo contra a vontade da sua avó, que era muito severa. Aproveitei que a filha de um