Abraçada a filha, Carmem levou Joana ao antigo quarto dela, sem tirar o braço de seus ombros nem quando se se sentaram na cama para conversarem.
— O que houve? Aconteceu algo com seu noivo?
Joana deslizou as mãos pelo rosto, removendo nervosamente as quentes lágrimas que escorriam por sua face, sendo imediatamente substituídas por novas.
— Não... Foi comigo... — disse colocando as pernas sobre a cama sem se soltar do abraço acolhedor. — Adriano... — Arfou, forçando-se a manter a lucidez com muito esforço ao relatar o convite e pedido absurdo do Orleans.
A desolação nublou as feições da jovem conforme relatava que Adriano, coberto pela fúria e dor da traição, voltou-se para ela com intenções obscenas e abusivas.
— A bebida afundou a razão dele, só isso explica — Carmem murmurou horrorizada.
— Eles abusam de nós há anos, mãe... estou cansada de sempre saírem impunes... de acharem que podem fazer o que quiserem...
— Entendo como se sente, mas são nossa família.
— Ninguém sabe como