Ao notar que o carrinho passou da nona cela e vinha até a que ocupava, Maximiliano ergueu o olhar da rodinha quebrada para o homem arrastando o trambolho emperrado.
Ocultou a euforia ao se dar conta de quem era, mesmo quando o guarda, acompanhando as entregas, retornou a sua posição próxima à entrada do piso inferior, deixando claro que a cela dele não seria aberta para a entrega da refeição como foi feito com as anteriores.
Observando as costas do guarda se afastando, Gabriel passou primeiro duas garrafinhas de água.
— Beba uma agora, para que não fiquem duas na cela — pediu a meia voz.
Sedento, Maximiliano a esvaziou em instantes e a passou discretamente, enquanto Gabriel usava o corpo para ocultar.
— O que faz aqui?
— Terminei meu trabalho na fazenda e aceitei uma nova missão — Gabriel respondeu entregando uma marmita. — Garantir que cumpra a promessa que me fez.
Maximiliano deu um meio sorriso.
— Nada me deixará mais feliz. — Olhou para além do corredor, sem ver o guarda. O