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CAPITULO 3

             Ricardo Taylor 

    Faz alguns dias que estou internado no Boston Medical Center, um dos principais hospitais de Boston, precisei contratar uma conceituada equipe de segurança, não estou disposto a ser morto antes de matar o desgraçado que me deixou um inútil. Nesse tempo o Wesley tem cuidado das empresas Taylor's, ele é como um irmão para mim, faz tudo que pode para me ajudar, com meus tios.

      — Sr. Taylor! Os seus exames chegaram! — Fala o Dr. Navarro.

      — Veio enfim me trazer uma boa notícia Doutor? — Perguntei desanimado.

      — Não vejo porquê não, Sr. Taylor! Recuperou a sua saúde, os seus exames estão ótimos, apenas se lembre que precisa continuar com as fisioterapias. Ainda hoje irá para casa! Tenha um ótimo dia!

       — Obrigado Doutor! — Digo, mesmo sabendo que provavelmente as minhas pernas nunca mais se recuperem, e eu fique nesta cadeira para sempre.

       Não acredito que sairei deste hospital, não aguentava mais este pesadelo, tudo que preciso neste momento é de paz! Procuro o meu aparelho de telefone, preciso falar com Billy.

Ligação onn...

       — Billy? Tudo pronto o que conversamos?

— Sim, patrão! Logo chego aí! — Respondeu.

— Hum... sim! Estou no aguardo!

Ligação off...

       Agora preciso ter cautela, já não existe dúvida que alguém me deseja morto, os meus seguranças perceberam inúmeras coisas estranhas nesses meses aqui no hospital, mas nada chegou perto de mim, estou bem protegido, mas não pretendo arriscar-me. Billy já está ciente de tudo, neste tempo pedi para comprar uma fazenda no interior da Argentina em Lá Plata, lugar que sonhei sempre em conhecer, que é onde a minha avó cresceu. Ele já resolveu tudo, comprou gado, cavalos, galinhas, galos, patos, contratou funcionários, e cuidou da decoração. Precisou ampliar, pois, lá as fazendas são simples.

Vejo o Billy chegando no quarto, e ele vem até a mim.

        — Como está patrão? Já podemos ir? — Diz Billy, tranquilamente e já vai procurando pelas coisas.

       — Claro Billy! Preciso que me ajude com a cadeira, penso que nunca vou me acostumar com isso! — Digo cabisbaixo.

       — Não se preocupe patrão! Será uma honra! — Diz Billy, mas não sei se acredito.

       Ele cuidadosamente me ajuda a sentar na cadeira, e guia-me em direção ao grande corredor que dá acesso ao Hall. Embora esta cadeira seja muito confortável, tenho dificuldades de locomoção, e o pior é a cara das pessoas que me vêem, como que com pena, como se eu fosse um nada, um coitado que ainda nem aprendeu a guiar a sua cadeira altamente qualificada. Ignoro todos, não preciso da pena de ninguém! Billy coloca-me no carro, e seguimos rumo ao aeroporto. Logo estarei na Argentina, poderei descansar um pouco estando seguro. 

       Contratei uma equipe de investigação para cuidar do atentado que sofri, e continuar a investigar a queda do jatinho dos meus pais. Poderei assumir as empresas pelo escritório projetado na fazenda, tenho um administrador da minha total confiança na Argentina, que cuida da Taylor's de Lá Plata, que fica mais ao centro.

        A viagem foi cansativa por não utilizar o jatinho! Mas preferi não correr riscos. Desembarcamos no aeroporto de lá, e a minha mais nova caminhonete 4X4 e o meu novo motorista já nos aguardava. Foi mais uns vinte minutos até chegar na fazenda. 

        Fiquei impressionado com a vista, tudo muito verde, muito vivo. Não imaginei que a cidade fosse tão pequena, mas a fazenda realmente é magnífica. Billy não exagerou quando a descreveu, aqueles portões dignos de um rei, todos decorados a mão! Como desenhos trabalhados com muitos detalhes, imagens de lindos cavalos, naquela madeira esplêndida fabricado, de longe avistei o enorme jardim, provavelmente Billy contratou um paisagista. A mansão era muito além do que imaginei, linda seria muito pouco para descrever, lustres, móveis perfeitos, não me falta nada aqui.

        Passei uns dias descansando, precisava de paz. Pedi a Billy que me ajudasse chegar até os estábulos, gosto de cavalos e gostaria de conhecê-los, e como esperado são todos lindos, e muito bem cuidados. Encantei-me com um rosado, com uma estrela branca, e uma linda crina, disseram-me que é marchador e não gosta de ficar parado "se eu pudesse eu te levaria para passear o meu amigo" pensei comigo mesmo. Billy acompanhou-me por todos os lugares possíveis, mas nem todos que eu gostaria de ir, já que a minha cadeira não me permite. 

        — Pode ir Billy! Me deixe sozinho um tempo! Digo com uma certa raiva.

        — Mas patrão, está um pouco longe da mansão, tem certeza que é seguro? Ou então posso voltar mais tarde para busca-lo! — Billy insiste em desafiar-me.

        — JÁ MANDEI IR BILLY! QUE PARTE VOCÊ NÃO ENTENDEU? — Grito já irado.

        Ele vai sem argumentos. Hoje não estou no melhor dia, percebi quantas coisas estou privado de fazer, jamais terei a minha liberdade de novo! Começo a analisar que jamais serei feliz.

        Passou muito tempo desde que ele se foi, resolvo tentar voltar por onde eu vim, mas observo a porteira se abrindo e tenho uma "visão", só pode ser uma "visão", pois nunca vi mulher tão linda antes. Ela tem a pele clara, um enorme cabelo castanho, com o reflexo do sol, parecem mechas claras, e são levemente onduladas, parece um anjo, com o seu vestido floral branco com vermelho e botas brancas, perco o ar por alguns segundos quando percebo que se aproxima da entrada.

       — Ei! Quem é você? Porquê está nas minhas terras? — Pergunto meio perdido, sem nem saber oque falar.

       — Não se preocupe senhor! Já estou de saída! Não se dê ao trabalho de se incomodar! Responde ríspida.

       Parece que fiz a pergunta errada, mas quem ela pensa que é para responder-me desta forma dentro da minha fazenda?

      — Saia imediatamente! Não tolero este tipo de comportamento na minha própria casa! — Quando vejo já falei! Por mais linda que seja, anjo ela não é não!

      — Vou esperar lá fora Billy! Não sou obrigada a aturar pessoas desagradáveis! — Diz e vai saindo pelo portão. 

      Não sei oque deu em mim, ultimamente não tolero ninguém! Prefiro ficar sozinho, e por mais linda que seja não vai me abalar. 

      Percebi que saiu uma moça de dentro da mansão e foi em direção a porteira, parece jovem, e também bonita, tem os cabelos castanhos acobreados e se parece um pouco com a outra. As duas saem juntas, e pergunto-me quem são elas? E por que estou interessado?

Mayara Gomez

Gosto do meu trabalho na fazenda, o seu Luiz ajudou-me bastante me dando um emprego como veterinária na fazenda Sampaio. Amo cada um dos que examino, minha família e os animais são minha razão de viver.

Faz três meses que me formei, e agora posso procurar mais um emprego, coloquei tudo em ordem por aqui, e também preciso aumentar a minha renda. Por mais que a Louise esteja ajudando com o salário que recebe na fazenda, e o Rodrigo também tenha encontrado um emprego, o minha mãe só piorou e nem sempre consegue ir para roça, e o meu pai tem cuidado muito dela e das crianças, e a situação pode piorar se a minha renda não aumentar.

— Já está saindo Louise? — Pergunto para a minha irmã, maluquinha.

— Sim, maninha! Estou ansiosa, o dono da fazenda já chegou e ainda não o conheci, espero que goste do meu trabalho, não posso perder agora! — Responde com inquietação.

— Fica tranquila querida! Você é ótima e muito dedicada, com certeza ele vai aprovar! E fique tranquila que passo te pegar como sempre! — Digo a tranquilizando.

— Tá bem, obrigada! — Responde.

Sempre vou buscá-la no trabalho, pois fica tarde e acho perigoso, depois que ela passou por situações tão perturbadoras na adolescência.

O dia passou rápido hoje, tinha várias coisas para resolver, e logo chego na fazenda aonde a Louisetrabalha, como sempre vou logo entrando, pois, o mordomo já está acostumado, mas levo um susto quando uma voz autoritária tenta me intimidar, e como sempre respondo à altura.

Um homem lindo, uma pele muito bronzeada, olhos escuros, cabelos castanhos escuros lisos, muito bem penteados, da para ver que é rico, pois está muito bem vestido, e embora esteja numa cadeira de rodas, não tem como não notar que não é magro, o seu corpo é malhado e muito bonito. Por um momento até pensei que fosse simpático, mas enganei-me, e percebi quando voltei a realidade. "ele me expulsou?" Pensei.

— Vou esperar lá fora Billy! Não sou obrigada a aturar pessoas desagradáveis! — Digo indignada, ele pensa que é quem?

Saio em direção a porteira, e fico lá fora, logo a Loise vem e não me aguento, preciso perguntar:

— Quem é aquele homem Louise? Que ser mais arrogante!

— Fala baixo May! Julgo que é o patrão! Não fomos devidamente apresentados, mas só pode ser ele, mas porquê diz isto? — Perguntou ela.

— Pensei que fosse me dar uns tiros com a cara que ele estava! Só porque tem dinheiro pensa que pode desmerecer as pessoas! Deus me livre um dia precisar de uma pessoa desta, perigoso deixar para eu morrer! — Solto tudo de uma vez, quase atropelando as palavras.

— Meu Jesus cristinho May! Pare de falar besteira! Mal conheceu o homem e já tirou as suas conclusões! — Fala ela, preocupada.

— E nem quero irmã! Por mim eu nunca mais falo com aquele homem! Oshi!

Fomos para casa como sempre, conversando. Louise adora trabalhar fora, e não sou eu que vou estragar o serviço dela.

No outro dia aviso ela, que hoje vou esperar e lá fora, ela sabe muito bem o motivo, e não ligou.

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