Luara
— Então, sozinha, com meus quinze anos, eu consegui fazer cursos de estética e aprendi a trabalhar pra mim. Trabalhava de menor aprendiz numa empresa que me pagava só meio salário e nem passagem. Eu ia de bicicleta. Às vezes com o estômago vazio, mas ia, porque eu precisava do dinheiro pra me manter…
— Eu cresci na vida buscando meu dinheiro sozinha, sem seu apoio, sem seu amor de mãe pra me proteger de tudo de ruim que eu já vivi — por sua causa. Porque você me abandonou por macho…
— Eu construí tudo que eu tenho com o meu dinheiro, ralando todo dia pra chegar onde eu cheguei. E você ainda tem a ousadia de dizer que eu te devo?
— Eu te devo o quê? A sua ausência? A sua hipocrisia de me pedir dinheiro sem nunca ter me ajudado? De achar que eu tenho que sustentar sua filhinha mimada e seu marido de merda? _ Digo com raiva, e ela fica tensa, sentindo a vergonha e o peso das minhas palavras.
Lívia — Cala sua boca! Você não tem moral pra falar com a minha mãe. Você que é errada. Tá