— Sinto muito pelo seu pai. Disse Tiffany já se vestindo.
— Obrigado. Meu coroa era teimoso, mas vai fazer muita falta.
— E agora? Será que o novo manda chuva de tudo ?
— Quase.
— Como assim quase ? Você não é o único herdeiro? Perguntou à mulher sem entender nada.
— Sou sim. Mas meu pai, armou uma cilada para mim. Só vou ter direito a herança se me casar.
— É o quê? Gritou ela.
— Isso mesmo. Estou vendo o que vou fazer. Disse o rapaz colocando as calças e já se levantando.
— E se por acaso você se casar vai me abandonar?
— Se por infelicidade eu casar, vai ser só por causa dessa herança. Sabe que não nasci para isso.
— Menos mal. Não posso ficar sem meu cliente favorito. Murmurou ela, já beijando o pescoço do rapaz.
— Sabe que eu não resisto a seus beijos, né? Acho que vamos ficar mais um pouco no quarto. Falou Antony, tirando novamente a roupa da mulher que acabara de se vestir.
Algum tempo depois, os dois saíram do quarto aos risos, como sempre. Antony se sentia feliz naquele ambiente. A senhora Carmen o chamou para sua sala e lhe disse:
— Bom Antony, eu já vivi muito, vi de tudo nessa vida. E o seu caso, é fácil de se resolver.
— Fácil? Me conte o que pensou.
— Você precisa de uma esposa, uma mulher. E bom, eu tenho várias mulheres a sua disposição. É só você escolher uma, qualquer mulher daqui toparia até de graça ser sua esposa, não é verdade?
— Uma prostituta como minha esposa? Acho que não é uma boa ideia. Acho que uma prostituta não se encaixa no meu mundo, nem que seja de mentira.
— Não seja tolo, não seria essas que você já conhece. Tenho uma jovem perfeita para você. Ah, não ser, é claro que você escolha Tiffany. Ela é minha melhor prostituta, faria um desfalque enorme para boate, mas, como somos amigos, eu lhe emprestaria ela por um período, sem problemas.
— Tiffany? Não, não. Ela transparece seu modo de vida até dormindo. Não sabe se comportar, é cabeça quente... ela não.
— Muito bem, então deixa eu te mostrar o Book de fotos de uma jovem, ela ainda não fez nenhum programa. É meiga, inteligente e claro, muito linda.
— É nova no ramo?
— Na verdade, vou te contar um segredo. Ela é meio que minha protegida. É filha de uma vizinha minha, que morreu a muitos anos atrás. Quando a mãe morreu, ela foi jogada para os orfanatos da cidade, eu sempre ajudei de longe, devido a meu ganha pão, jamais poderia adotá-la . Quando ela fez 18 anos eu a trouxe para o alojamento, de início não quis que ela trabalhasse aqui, a deixava em casa, faxinando, essas coisas.
— Então é tipo uma filha para você?
— Quase, ela estuda ainda. Cursa jornalismo. Tentou arranjar um emprego mais comum, mas, o fato de ter sido criada em um orfanato pesa, e todos acabam fechando as portas para ela. Um dia, uma das minhas meninas disse para ela quanto faturava por noite aqui, e desde então ela me atormenta para vir trabalhar aqui. Eu não desejo esse futuro para ela.
— Hum... estudante de jornalismo. Gostei.
— Ela é meio retraída, pois já sofreu muito. Mas, aos poucos vai se acostumando com as coisas, e é super obediente.
— Muito bom, preciso de uma mulher que mal fale.
— Você pode fazer um contrato.
— Um contrato?
— Sim, um contrato de casamento provisório. Coloque as cláusulas que desejar, ela e você assinam, autenticam em um cartório e será literalmente um negócio.
— Adorei. Quero ver as fotos. Me mostre.
Carmem então levantou-se e tirou da gaveta um book com as fotos da jovem. Ela era realmente muito linda, cabelos ondulados bem pretos, uma pele bronzeada, um corpo cheio de curvas e um sorriso lindo. Antony apreciou as fotos e aparentemente aprovou a beleza física da menina.
— O que acha ?
— Realmente ela é muito linda. Disse o rapaz, admirando cada detalhe das fotos.
— Que bom, talvez ela fechando esse negócio com você, ela nem precise trabalhar aqui.
— Uma mulher tão linda assim, não faria sucesso com os homens? A impedindo de vir para cá, você meio que está perdendo dinheiro, não é mesmo ?
— Não. A mãe dela foi uma grande amiga minha. Não quero essa vida para ela. Ela é jovem, inteligente e bonita, tem um grande potencial para ser alguém na vida. Aqui é a última alternativa de qualquer garota, e dela também.
— Bom. Eu quero entrevistá-la.
— Entrevistar?
— Sim, preciso ver seu porte, seu modo de falar, de sentar. Se ela for a escolhida, preciso ter certeza que não me fará passar vergonha mais na frente. Onde ela está agora?
— Agora? Bom...
— O que foi?
— É que eu não falei nada disso para ela ainda, acabei de pensar nisso tudo tem poucos minutos.
— Oras, Carmem, acabou de dizer que qualquer mulher daqui aceitaria este serviço. Acha que ela não ?
— Eu vou pedir, para que ela venha até aqui. Pode aguardar ?
— Posso sim, mas, vou aguardar no salão, bebendo e me divertindo com as garotas.
— Tudo bem, assim que ela chegar , mando lhe chamar.
Antony voltou para o salão e seguiu o ritmo de festa, enquanto isso, Carmen mandava buscar a tal jovem. Aquilo tudo poderia ser uma grande oportunidade para a moça, era um trabalho aparentemente fácil, ela estava bem confiante, que ele aceitaria ela, e que a jovem aceitaria o serviço. O resto os dois combinariam e seguiriam em frente. Quando a moça chegou, todos pararam para olhar, os homens assobiavam e gritavam "Quem é essa Gostosa?" "Vem cá gatona" "Que tchutchuca linda hein". Tais frases fizeram a moça ficar envergonhada, fazendo ela cruzar o salão em disparada em direção a sala de Carmen, ela foi tão rápida que nem Antony conseguiu vê-la.