DANTE
Aurora uniu as sobrancelhas, fazendo uma expressão confusa que eu não poderia classificar como nada menos que adorável. Parecia estar menos irritada e muito mais surpresa agora, me analisando com seus grandes e bonitos olhos castanhos. Ao menos não parecia querer me matar.
Ponto para mim.
— E por que eu dançaria com você? — ela perguntou, um tanto quanto rude, cruzando os braços.
— Porque não tem nada melhor para fazer — comecei, aproximando-me um pouco mais e estendendo a mão. — E porque eu não vou sair daqui até que aceite — fiz uma pausa, encarando-a e erguendo as sobrancelhas, abrindo um sorriso. — Não vai morrer por uma dança, cupido.
Observei Aurora pensar, seus olhos castanhos mostravam o conflito em que ela se encontrava. Não entendia o porquê de sempre estar na defensiva quando eu me aproximo, porém, estava decidido a quebrar um pouco de sua resistência hoje, por pura implicância.
Talvez não somente por implicância.
Vacilante a vi descruzar os braços e devagar, pou