A busca por um marido
A busca por um marido
Por: Steffany
Cuidado !

       — Acho melhor você não beber tanto, lembra da última vez? Você foi parar no hospital, Bianca. - Apolo estava ingenuamente preocupado com ela.

         —Você está parecendo meu pai! Não preciso de mais um velho no meu pé. Você é apenas o segurança, na verdade nem precisava ter vindo, meu pai é um tolo em achar que eu vou parar de sair. - Bianca falou e foi virando mais um copo de tequila na bancada do bar. 

Apolo decidiu que era melhor ficar em silêncio, apesar de ter recebido ordens diretas do Sr. Pedro para ficar de olho em Bianca e não deixar que ela faça nada imprudente. Mas ambos sabiam o quanto era difícil mantê- la sob controle. 

Bianca Swan já estava ali por 2 horas e não tinha intenção de deixar a boate, queria curtir o máximo que conseguisse, como se fosse a primeira vez. Mas ela batia ponto naquele lugar pelo menos 4 vezes na semana, parecia incansável.

Uma das suas músicas preferidas começou  a tocar,  após pegar mais um drink de abacaxi com o garçom, foi dançado até a pista, se exibir era o que ela fazia de melhor, adorava dançar se esfregando em homens e mulheres totalmente sem pudor.

Apolo tentava não se intrometer, mas se corroia de ciúmes, o seu trabalho era justamente ficar atento a cada passo que Bianca dava, sua vontade mesmo era pegar ela pelo braço e levar para casa, não gostava dos riscos que ela se submetia só por causa de um pouco de diversão.

A música já estava terminando, mas ela não estava a fim de parar de dançar, gritou para o DJ repetir enquanto fazia uma performance na barra de pole dance. 

         —Merda! Me diz que você não vai fazer isso Bianca. —Apolo sentiu o sangue ferver nas veias, uma mistura de ciúmes e preocupação.

Ele foi se aproximando aos poucos, ao redor da barra já estavam vários homens e mulheres esperando pela performance de Bianca. 

—Aí sim. Esse lugar estava precisando de mulheres de atitudes como você — O DJ gritava enquanto começava novamente a música.

Bianca rebolava até o chão ao som da sua melhor música, estava bêbada e os gritos a incentivava a continuar. Mas a situação saiu do controle quando Apolo percebeu que algumas pessoas estavam filmando toda aquela situação. 

         —Vou acabar sendo demitido se isso viralizar. - Apolo foi mais para próximo ao palco, onde começou a gritar para que ela pudesse descer. — Você precisa sair daí, já passou dos limites! 

Bianca escutava a voz de Apolo mas decidiu ignorar. Apenas o olhou com desdém e para provocá-lo ainda mais decidiu tirar a roupa pouco a pouco. Começou pela sua blusa regata de seda, ficando apenas de sutiã. 

Os flashes estavam cada vez mais aumentando em quantidade, todos os celulares estavam apontando para o seu corpo, ela já estava com dificuldades de enxergar, quando sentiu um braço forte segurando em volta da sua cintura e a puxando para baixo do palco. Ele a colocou nas costas a levando a força para fora.

Bianca escutou algumas vaias, estava tonta demais para saber o que de fato estava acontecendo, sua única opção foi gritar e chamar por Apolo.

        —Apolo?! merda! Me solta cara, meu segurança vai acabar com você. -Ela falava enquanto se debatia nas costas do homem. 

— Tente ficar parada. — Apolo estava tentando ser paciente. Mas os t***s que estava levando nas costas já estava ardendo, sua vontade era de colocar Bianca ao chão e fazer ela ir andando até a Mansão.

       —Não me diga que foi você que me fez passar aquela vergonha, Apolo. -Bianca já estava cansada em relutar com a força daquele homem. 

       —Sinto muito mas tive que te pegar dessa forma. E não venha me dizer que eu te passei vergonha. O que aconteceu lá dentro? Você tem noção que amanhã você vai estar na capa de todas as revistas possíveis dessa cidade? —Ele falava com grande irritação em sua voz. Se já não bastasse Bianca ter causado toda essa confusão, ele sabia que seu emprego agora estaria em risco. 

Bianca não disse nada. O pouco de consciência que restava era o suficiente para entender que mais uma vez ela fez merda, e teria que lidar novamente com o pai furioso.

        —Não é possível que não consiga manter essa menina sob controle. - Apolo pensava com ódio. 

Ele aproveitou que já estava no estacionamento da boate e longe o suficiente de todos os celulares, então ele decidiu que era melhor a Bianca terminar o trajeto até o carro andando. Apesar de ser pequena ela era pesada. E ele não era pago para a carregar daquela forma.

        —Desça. Você é mais pesada do que imagina. — Ele a colocou no chão, esticando as suas costas com dor, logo em seguida. 

        —Você poderia ser mais gentil. — E o que está querendo insinuar? — Ela olhou para o seu corpo e percebeu que estava apenas de sutiã, de maneira brusca ela tentou tapar os seios. - Onde está minha blusa?

Apolo a olhou incrédulo. — Não vai me dizer que que lembra que quase arrancou sua roupa lá dentro? 

Bianca estava sentindo o vento frio da madrugada bater em sua pele descoberta, começou a tremer de frio, mas ainda sim continuou andando, agora um pouco mais rápido para chegar no carro a tempo para se aquecer. 

       —Porque você colocou esse carro tão longe assim? — Ela falava com os lábios já cinzas e tremendo.

Apolo ficou com dó, apesar de já estarem chegando no carro, após correr o enorme estacionamento, ele achou mais prudente dar sua camisa para ela, não queria a ver doente. Embora ele soubesse que só assim ela iria parar em casa.

Ele foi desabotoando a camisa sem que ela percebesse. Por estar bêbada ainda, ela não conseguia identificar em qual carro eles tinham ido para aquele lugar. Ao virar para trás para perguntar qual é o carro, ela se deparou com a melhor cena daquela noite.

Apolo  estava terminando de tirar a camisa, ainda com a visão um pouco turva, ela conseguiu ver os detalhes de seus músculos. — Ele é bem forte. Não sei como estava reclamando do meu peso. Não faz sentido — Ela pensou enquanto voltava em direção a ele.

Apolo estendeu a sua camisa, Bianca virou para ele a ajudar a colocar. Ele colocou delicadeza  em seu corpo. Ela sentiu a camisa fazendo o efeito para se agasalhar, ela realmente estava com muito frio e aquela peça era macia e quente. —Você é um homem muito cheiroso. — Ela disse enquanto sentia o cheiro da camisa e corria  para tentar alcançá-lo.

Apolo escutou  o elogio, mas nem se deu o trabalho de responder. O carro parecia ter  desaparecido daquele estacionamento, que na verdade parecia um labirinto, os carros eram muito oferecidos um com o outro, e por ser um carro novo, ele ainda nem sequer tinha decorado a placa. 

       —Bom! Acho que é esse. - Ele olhou para o relógio, já era 5:30, saíram de casa as 19:00 da noite do dia anterior. Ele sabia que ia levar uma bronca do chefe, mas a essa altura ele nem estava se importando,  só queria chegar em casa e entregar Bianca salva de toda aquela loucura.

Ele correu para abrir a porta de trás, mas ela não quis entrar, deu a volta no carro, e foi para a porta do banco da frente. 

       —Você sabe que seu pai não gosta que você anda na frente. Se acontecer alguma coisa, você vai ser facilmente atingida, entra aqui atrás.

     —Você é chato! Eu quero ir na frente. Esquece um pouco o meu pai. Ele não está aqui. E se eu for atrás eu fico mais enjoada do que o normal, não quero vomitar.

Relutante ele abriu a porta da frente. Só queria sair da logo, e se bem conhece a Bianca, era capaz dela armar um escândalo só por causa do banco da frente. Ele entrou na parte do motorista, puxou o cinto da Bianca e seguiu viagem. Eles estavam na cidade vizinha, a 2 horas de casa, ele sabia que ela escolhia sempre aquela boate para fugir dos fofoqueiros da cidade. Mas o seu segredo tinha sido descoberto nessa noite. Caso ainda quisesse se divertir ela teria que escolher um novo local. 

       —O que deu em você hoje? Da vez passava você entrou em coma alcoólico, dessa vez ia tirar a roupa no meio daquelas pessoas. O que espera com isso? Quer arruinar a imagem do seu pai? - Apolo falava em um tom bravo, ele aproveitou que ela ainda estava bêbada bêbada decidiu tentar colocar ela no lugar.

       —Apolo, para. Tudo pra você é o meu pai. Até parece que você é o filho dele e não eu. Você disse bem, a imagem dele, não estou nem aí com isso. Só quero viver, qual o problema?

Depois daquela resposta ele entendeu que iria adiantar bater boca, certamente ele iria esquecer tudo no dia anterior, era melhor deixar ela dormir. Ele ligou o rádio,na estação que sempre gostava de ouvir na madrugada, eram músicas calmas que o ajudavam a relaxar. Colocou no volume baixo para não atrapalhar o sono de Bianca.

Enquanto dirigia ele a observava enquanto ela estava dormindo, ela era tão linda, não conseguia entender o porquê que ela fazia tanta questão de destruir sua própria imagem assim. -Essa mulher tem tudo. Se continuar assim ela vai acabar morrendo jovem demais, e é tão linda, seria um completo desperdício.

O sol já apontava  no horizonte, faltavam 30 minutos para chegar finalmente na residência da Bianca. — O Pedro já deve estar acordado. A essa altura ele já deve ter visto o que aconteceu. Se hoje eu não perder o meu emprego, eu nunca mais vou.     —  Apolo estava um pouco apreensivo. Quando aprontou na entrada principal, conseguiu ver o seu chefe em cima da cadeira de rodas na sacada. —Bom! Acho que ele já esta esperando. 

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