A VINGANÇA DO COWBOY
A VINGANÇA DO COWBOY
Por: Silly Roberts
CAPITULO 01

Owen Ramires

Houston, Estado do Texas

Conduzo uma das camionetes do patrão acompanhando o som da música country que mais sucesso está fazendo não só aqui na cidade de Houston como em todo o estado, e como sou apreciador de boa música eu também não podia deixar de gostar de um som tão bom quanto esse. Na verdade estou dirigindo e cantando esse country romântico, feito a porra de um idiota apaixonado como o Charles sempre diz toda vez que me vê aéreo pensando nela, desde que me lembro eu sou apaixonado por aquela mulher, apesar das nossas diferenças, eu sendo apenas um peão na grande fazendo do pai dela, quando eu mal podia falar com ela eu ficava o dia todo a observando enquanto ela praticava as aulas de equitação ou ficava conversando com as amigas da cidade grande. E aposto que em todos esses momentos eu fazia cara de bobo. 

Até que a dois anos atrás depois de eu ter ficado babando pelos cantos da fazenda  feito um burro por ela, eis que ela me surpreendeu com a iluminação de um cumprimento maior do que eu estava acostumado a receber dela, ela até sorriu pra mim e me olhou de um jeito bem diferente, não posso negar ela sempre foi uma menina bem devassa, ousada e incrivelmente sexy. Várias vezes ela passeava por aquelas terras vestindo apenas us shortinhos bem curtos e blusas decotadas e que deixam a barriga plana de fora. Ou apenas de biquíni, só pra me provocar, e pior é que ela conseguia, bastava eu ver um pouco mais da pele dela e ela sabia que minhas mãos coçavam para toca-la. 

Foi impossível não me apaixonar intensamente por ela, e mesmo minha mente gritando comigo sobre as nossas diferenças sociais, mesmo meu melhor amigo me chamando atenção dizendo que o que eu sentia era uma loucura e que ela  jamais me corresponderia, mesmo assim o que eu sentia e sinto por ela jamais desapareceu. Pelo contrário a cada dia a cada minuto que o tempo levava embora eu me via pensando nela, imaginando um futuro com ela, nós dois casados, tendo filhos e nossa casinha que meu melhor amigo e meu padrinho vão me ajudar a construir num pequeno terreno aqui na região, já juntei cada centavo do meu salário apenas para construir nossa casa e  fazer uma festona de casamento. Tal como uma princesa como ela merece. 

Suspiro meio nervoso e em expetativa, depois de praticamente seis meses sem a ver eu mal posso me conter de ansiedade de poder a abraçar e dar um beijo naquela boca que me deixa louco, eu definitivamente estou aos pés daquela mulher. E sei que ela também gosta de mim quanto eu, por mais que eu nunca tenha ouvido ela dizer que me ama, mas eu fico o tempo todo dizendo isso pra ela, porque a amo mais que a minha própria vida, e as vezes o Charles diz que tem medo das consequências que podem advir desse amor desenfreado que sinto por ela, mas para mim tudo isso é normal, eu quero uma história de amor tão igual a dos meus padrinhos. Diferente do meu pais, que mal pude conviver com eles.

Deixo esses pensamentos para trás, porque sempre que penso nos meus pais eu fico triste, e hoje eu só quero estar alegre pra receber minha garota viajadora.

Estaciono o carro no estacionamento em frente ao grande aeroporto internacional de Houston. Saio do carro e entro no recinto indo direto para o portão de desembarque, em alguns minutos o avião irá aterrissar. Tiro meu chapéu e arrumo o cabelo, na verdade é uma forma de acalmar o nervosismo. Apesar do calor escaldante de hoje eu continuo bem cheiroso, só pra ela. 

Saio dos meus pensamentos quando o portão é banhado por um número considerável de pessoas que acabam de chegar de seus destinos. A Madison adora viajar, a cada seis meses ela está em algum lugar diferente do mundo, um capricho que não poderei dar a ela, mas mesmo assim nada me tira da cabeça que essa mulher será minha, em todos os sentidos possíveis. E que farei de tudo para que um dia possa dar caprichos igual esses que o pai paga.

E então a garota de cabelos cor de mel surge como em um passe de mágica, caminhando da forma mais elegante que sinto minha mente processando tudo em câmara lenta, ela ostenta um daqueles sorrisos que acabam com o meu coração, e quando ela me nota seu sorriso aumenta ainda mais de tamanho, e vejo que ela sussurra algo no ouvido da moça que está ao lado dela, ela deve ser a filha do prefeito, a melhor amiga da minha princesa. Elas devem ter viajado juntas como sempre. As duas meninas de família rica da cidade.

Quando elas se aproximam eu começo a coçar a garganta. 

— Sejam bem-vindas senhoritas — as cumprimento com toda formalidade possível. Apesar de nos amarmos nós temos nossa relação como um segredo sujo. Me posiciono ao lado das duas e seguro nas malas pesadas sem grandes dificuldades ainda olhando para o corpo da Madison que ganhou algumas curvas acentuadas durante a viagem, sinto até uma fome de senti-la só de imaginar que mais tarde estarei me afundando nela. 

— Oi Owen — elas caminham na minha frente rindo e conversando,  e eu sem reclamar carrego as malas, devem ser umas oito malas. Coloco cada uma delas na carroceria da pick-up, e elas já estão acomodadas lá dentro. Depois de limpar o suor que estava começando a tomar conta do meu rosto, após arrumar tudo eu também entro no carro. 

— Senhoritas por favor os cintos — tento ser o mais calmo possível, e apesar de saber que a Madison irá se negar de colocar o cinto mesmo assim eu tento. 

— Haa faça me o favor — ela revira os olhos pra mim enquanto fala — dá logo a partida desse carro, já não aguento ficar aqui depois de horas de viagem. — Então eu faço como ela manda, dirijo mas com a atenção em tudo que ela fala, na verdade o jeito que ela fala, a forma como sorri. Isso me leva a reviver lembranças do primeiro dia que a vi, do dia que a vi de tão perto. 

Três anos atrás

Guardo a cela do cavalo no corredor das inúmeras baias, depois de passar o dia todo monitorando o pasto com meu padrinho e meu melhor amigo meu corpo está em cacos, e ainda nem anoiteceu. Apesar do patrão não investir muito no gado ele tem um bom número de cabeças que às vezes dão trabalho a mim e aos outros peões, o forte da fazenda dos Cox são os cavalos de raça e a plantação de vinhedos, sendo um dos maiores produtores de vinho da região. Eles também tem milho e soja em pequena escala.  

Por isso que para mim é um grande prazer trabalhar aqui, desde os meus quinze anos quando cheguei na casa dos meus padrinhos com uma mão na frente outra atrás, trabalho aqui desde que coloquei meus pés nessa cidade, posso ser humilde mas sempre sonho em ter minha própria fazenda, uma maior como essa ou ainda maior como o Grande Forte. Aquilo lá parece mais uma fortaleza do que uma fazenda. 

Sendo hoje o meu aniversário de vinte um anos os rapazes resolveram me levar pra sair, ou seja, ir em um bar. Não que eu julgue aquele tipo de ambiente, mas não faz meu tipo. Mesmo assim eu resolvo ir me preparar antes que eles venham me encher. Saio das instalações esbarrando em alguém com o perfume mais suave e doce que alguma vez senti na vida, e antes que eu pudesse derrubar a desconhecida eu a seguro pelos braços e nossos rostos ficam muito próximos. 

O rosto lindo está focado em mim tanto quanto eu estou nela. Os lábios vermelhos estão formados em um bico lindo, e os cabelos da cor de mel em contraste com o pôr do sol são a coisa mais linda do mundo. 

— O que você pensa que está fazendo? Me solta seu peão sujo, ou eu vou gritar — acordo do meu torpor e imediatamente solto ela. O fato dela ter me chamado de peão sujo não me incomoda em nada, afinal de contas estou sujo e suado por causa do trabalho pesado, e cima de tudo honesto — Idiota. 

— Eu sinto muito — finalmente consigo dizer após ficar mudo por tanto tempo. — Nunca vi você por aqui. 

Ela revira os olhos e estala a língua. 

— Óbvio que não, eu acabo de voltar da Europa porque eu estudava fora do país. Mas agora serei obrigada a voltar para esse lugar e nem sei porquê estou te dando explicações. 

— Não gosta de campo? Fazenda e animais? 

— Quando se trata da fazenda que eu vou herdar é claro que eu gosto de tudo — eu ia fazer mais algumas perguntas mas vejo o patrão se aproximando, a moça se apercebe da chegada de alguém e também se vira para ver quem é. — Pai. 

Eu quase congelo quando vejo a moça chamando o patrão de pai e ainda dar um abraço forte nele. 

— Oi filha! Vejo que já conheceu o Owen. — Ela faz que sim com a cabeça — bom que tal prosseguirmos com nossa ideia de darmos um passeio a cavalo filha? 

— Acho ótimo pai — ela sorri de um jeito tão especial. 

— Owen soube do seu padrinho que hoje é seu aniversário de vinte e um anos. Meus parabéns rapaz — ele aperta minha mão e eu tiro meu chapéu. 

— Muito obrigado patrão. 

A filha do patrão me olha de um jeito intenso e ao mesmo tempo sem muito interesse. 

— Você está atingindo o que é considerado a idade adulta — ele dá alguns conselhos e eu agradeço, o patrão é um homem muito bom para todos — pelo menos não terei que me preocupar tão já, minha filha só fará dezoito no ano que vem. 

Nos despedimos e mesmo assim meus olhos não dão um minuto de trégua para a menina de cabelos da cor de mel. Ela fica graciosa encima do cavalo branco, a Ísis, esse é o nome da égua que ela está montando. Linda, graciosa e sorridente, e ela faz isso com tanta maestria que acho que ela faz isso a muito mais tempo. 

É erado me interessar por ela sendo que ela só fará dezoito no ano que vem e eu praticamente já tenho vinte um. Por isso dou as costas para o momento entre pai e filha e sigo para a cabana onde moro com meus padrinhos nos arredores das terras dos Cox. 

De volta ao presente

Sorrio ao lembrar de qual é a sensação de estar aqui ao lado dela, enquanto ela sorri e conversa com a amiga de forma tão espontânea, quero muito contar para ela sobre os meus planos e sobre nosso futuro, mas me contenho para o momento apropriado. 

Eu a amo tanto, que chega a doer. 

E não vejo significado nenhum na minha vida enquanto ela não estiver ao meu lado.  

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo