133. Capitulo
Assim que cruzamos o limiar da porta, o ambiente nos envolveu: estávamos de pé na sala, cercadas por um cenário que destilava a vida cotidiana delas. O sofá, solitário e desgastado, enfrentava outro do lado oposto, enquanto uma música de funk tocava na televisão, seu volume tão baixo que quase se perdia entre o ambiente. A mesa de centro, um relicário de seus hábitos, ostentava cervejas e alguns cigarros de maconha, um retrato fiel da realidade dessas mulheres que se auto proclamavam as duronas do bairro.
— O que você quer? — indaguei, mantendo minha postura, embora a tensão borbulhasse por dentro. Minha voz pode ter saído mais afiada do que pretendia, ecoando na tensa atmosfera da sala.
Sabrina, com um sorriso que mais parecia um desafio, rebateu:
— Nick, Nick, nunca deixa de ser abusada, abaixa o tom da sua voz, querida, não está na sua mansão.
Cássia, sempre pronta para defender, não deixou passar:
— Sabrina, nos poupe. Não temos tempo para você. Vá direto ao assunto e, se for sobr