A Protegida do Sr. da Máfia
A Protegida do Sr. da Máfia
Por: Lyana Paiva
Leilão

Minha mãe sempre me disse para não brincar com fogo. Eu nunca entendi muito bem o significado dessa frase, até o dia em que perdi minha liberdade.

-Você tá me irritando além da conta, você quer que eu te mate? - meu rosto virou para o lado, devido ao golpe que recebi do homem na minha frente.

Eu o conheci aos doze anos.

Seis anos atrás, ainda me lembro do olhar culpado que minha mãe tinha vendo os capangas desse homem me colocando em um carro, enquanto ela recebia uma quantia de dinheiro.

Eu era pequena, mas não ingênua.

Minha mãe me vendeu para o Ferdinando, também conhecido como Nando, o homem que tornou minha vida miserável.

- Vá para o inferno, Nando! - respondi entre dentes.

- Você...! – ele levantou o punho para me bater de novo, mas ele parou e se afastou, dando alguns passos para trás enquanto praguejava com raiva.

A sala ficou em um silêncio profundo por um bom tempo, até que Nando vira o olhar para mim e se aproxima.

- Essa será sua última chance – ele diz em um tom ameaçador, se abaixando até minha altura e segurando minhas bochechas com uma mão – Se eu receber outra reclamação ou devolução de você... - Ele puxa uma pistola e acaricia meu rosto com ela, o metal frio da arma me arrepia de medo – Não vou ter piedade de você... Entendeu, minha ovelhinha?

A maioria que visse como eu não tenho medo de responder a esse canalha, provavelmente pensaria que minha vida não importa muito para mim.

Mas, na verdade... eu quero ter esperança de que algum dia me libertarei de tudo isso e serei livre.

Eu quero viver.

-Sim, senhor... - respondi, e ele sorriu satisfeito.

- Isso é bom, fico feliz que você tenha concordado. - Ele balança levemente meu rosto antes de soltá-lo e se levantar do chão.

- Tara! - fechei os olhos com força diante do grito poderoso de Nando, a porta não demora para se abrir.

-Diga, senhor?

- Prepare ela, garanta que cubra o golpe no rosto e leve ela de volta para as outras, daremos a ela uma última chance.

- Como quiser, senhor.

Nando acaricia minha cabeça e me obriga a levantar o olhar para ele.

- É melhor você rezar para ser escolhida... porque você sabe o que vai acontecer se você voltar, não é? – ele ameaça com sua pistola, enquanto sorri de forma nojenta.

Engoli com dificuldade, mas concordei com a cabeça. Ele então, se afasta de mim e sai do quarto, batendo a porta com força.

- Vamos lá - Tara agarra meu braço com força e me leva até a penteadeira, onde todas as maquiagens estavam.

Ela e nenhum dos que trabalham para o Nando são diferentes dele. Todos me detestam porque faço o chefe se irritar, e se ele está irritado, tudo fica pior.

-Aqui, vista isso - Ela j**a no meu peito a lingerie que eu usaria para aquela noite.

Fui ao provador e troquei minha lingerie pela nova.

-Se apressa! Tá quase na hora!

Assim que Tara gritou, eu já estava vestida, então saí do provador e me aproximei dela, que me pegou pelo braço e me arrastou para fora do quarto.

Chegamos bem a tempo, quando Nando já estava se apresentando no palco.

- Esta noite, cavalheiros, tenho o prazer de anunciar que temos as mais belas, jovens, atraentes e... virgens do país. Melhor, peguem suas carteiras, porque estou certo de que só de olhar para elas vocês ficarão satisfeitos!

Olhei atrás das cortinas, vendo uma grande quantidade de homens sentados nas mesas, prontos para gastar seu dinheiro conosco. E eram sempre os homens mais ricos do país.

- Além disso, esperamos que nosso convidado de honra decida participar pela primeira vez, isso sim, seria uma surpresa. Agora, sem mais delongas, que comece o leilão!

A plateia começou a aplaudir e murmurar empolgada. Tara apareceu ao meu lado e me forçou a voltar para o meu lugar e esperar minha vez.

A primeira garota subiu ao palco e rapidamente atraiu a atenção de muitos na plateia, mas acabou indo embora com um homem idoso que já tinha feito ela sentar em seu colo uma vez.

Fiz uma careta de nojo, mas respirei fundo tentando me acalmar.

Aqui, se tiver sorte, vai sair com alguém que seja pelo menos agradável de se olhar, mas senão, terá que aguentar quem te escolher.

Pouco a pouco, as outras foram sendo leiloadas até que finalmente...

-E agora, cavalheiros... a última da noite...

- Vai logo - Tara me empurra e eu subo no palco.

Eu tinha subido aqui tantas vezes que só de ver as reações da plateia, sabia que me reconheciam. Todos faziam caretas de desaprovação e ninguém mais ficava surpreso comigo.

- Ahem... Cavalheiros! – Nando pigarreou - Eu sei que todos já conhecem a fama dela, mas... Ei! Pensem nisso, se conseguirem domar essa garota selvagem, vocês não só terão o corpo dela, mas também serão reconhecidos por isso. Ela não é para os fracos! O que acham, cavalheiros? Alguém interessado?

Senti minha respiração prender, quando todos continuaram sem falar nada. Os sussurros pela sala eram desconcertantes.  

Embora eu odeie a ideia de acabar sendo comprada com qualquer um desses degenerados, prefiro isso a ser morta por não dar mais lucro.

Nando me olha com raiva, e eu apenas abaixo meu olhar.

- Hum... acho que eles precisam de um incentivo. Por que você não se movimenta um pouco mais, ovelhinha?

O olhar intimidador de Nando me obrigou a fazer o que ele disse.

Eu reprimi uma careta, mas então, suspirei, fechei os olhos e desci até o chão, sentando minha bunda sobre meus calcanhares e abrindo as pernas para a plateia.

Isso é mais humilhante do que apenas estar aqui...

- Todos concordamos que ela é realmente uma beleza, certo?

Eu podia ver a tentação e o desejo no rosto daqueles homens só em olhar para mim. Alguns nem tentavam esconder suas ereções, mas também pareciam indecisos por causa da minha má fama.

- Então, se ninguém a quiser, o leilão fechará em...

Eu não pude mais esconder meu medo, olhei suplicante para Nando, mas ele nem se virou na minha direção.

- Três... dois... um...

- Três mil dólares.

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