Angela
Quando eu sai daquele castelo, grávida e confusa, foi difícil aceitar minha situação. A criança em meu ventre era fruto de um estupro. Mesmo que eu não lembrasse, não havia outra explicação. Nada me faz aceitar que me deitei voluntariamente com um estranho velho asqueroso.
A mulher chamada Rimena aceitou meu desejo de ver o desgraçado que me tornou prisioneira por meses. E lá estava o velho. Vomitei na hora. Ele só me encarou com um sorriso nojento, como se estivesse orgulhoso do que fez comigo. Não respondeu nenhuma das minhas perguntas. Mas nem era preciso. Estava muito claro que fui vítima daquele monstro.
Passei alguns dias chorando e lamentando. Depois engoli o choro e me esforcei, pelo meu filho, o pequeno ser que cresce dentro de mim e não é culpado por nada disso.
Eu poderia não desejá-lo, mas sentir seus chutes era como se ele me pedisse para amá-lo. E amei. Não me importa como ele tenha sido concebido, o amo mais que tudo, mais que a mim.
Preocupados com o que eu pode