Elena
— Hum! — solto um gemido baixo e apreciativo, sentindo o suave calor do sol que invade o meu quarto e ao abrir uma brecha de olhos, encontro um céu azul, de um dia claro. Suspiro alto, porém, arrastado e virando-me na cama para encontrá-lo: o vestido de noiva jogado no chão como um fardo que eu nunca pedi para carregar e ao lado, os saltos altos, largados de qualquer jeito. Imediatamente ergo a minha mão esquerda e miro na aliança, que não se acanha em exibir todo o seu brilho em contato com a luz do dia.
Estou casada.
Esse pensamento me atravessou como um punhal. Uma respiração profunda logo escapa dos meus lábios. Pesada, Difícil.
— Ain! — Solto um gemido frustrado e encaro o teto.
Um ano. Apenas um ano e tudo terá terminado. Mas, enquanto isso, o que eu faço com…
— Aurora! — Sento-me no meio da cama em um rompante e com uma pressa angustiante, me arrasto para fora da cama, visto um sobretudo de ceda e saio apressada do meu quarto, direto para o quarto da minha filha.
Estanco