Damian então se aproximou, parou atrás dela e murmurou ao seu ouvido:
— Ninguém vai tirá-la de mim. Nem mesmo meu o irmão.
Depois voltou para sua cadeira e retomou o jantar, como se nada tivesse acontecido. Enquanto a mim gritava por dentro.
Era ódio frio.
E o ódio... esse sim, era capaz de traçar rotas de fuga onde o medo apenas paralisava.
Ele deve ter uma fraqueza mais o quê?
Sou arrancada dos meus pensamentos pelo som insistente do celular. Suzana se aproxima com passos cuidadosos, segurando o aparelho com as duas mãos como se carregasse algo perigoso.
— Senhora, o telefone está tocando sem parar. — diz, com a voz baixa, talvez já pressentindo o clima tenso.
— Obrigada, Suzana. Vou atender. — respondo, tentando manter a compostura.
Mas antes que eu consiga me levantar, a voz cortante de Damian ecoa pela sala de jantar:
— Quem está ligando? Atenda aqui. Na minha frente.
Fecho a mão ao redor do celular com força.
— Não interessa quem esteja ligando. — respondo, sem encará-lo. — Já